Estilingue volta à cena e atleta viaja para competir na China

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Domingo, 13 Outubro 2019 | GazetaDigital
O estilingue, que por gerações estavam nas mãos de crianças e adolescentes, está passando despercebido pela nova geração, vidrada na tecnologia. O resgate da brincadeira, que também já foi usada como objeto de caça, motiva a rotina do atleta Alberto Alves do Nascimento, o Betão, que atua na modalidade esportiva em competições internacionais.
Ele, que embarca para o campeonato internacional da China no próximo mês, contou que costumava brincar e até caçar com o estilingue quando era criança. Mas, depois que cresceu, só foi se deparar com o equipamento depois dos 40 anos. 
“Foi em 2013 que comecei a ver a prática do estilingue como esporte. Me aventurei na Espanha, onde treinei e comecei a me profissionalizar como uma atleta da modalidade, participando de competições nacionais e internacionais”, disse. 
Reconhecimento pela modalidade é tanto que abriu o Centro de Treinamento de Estilingue em Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte de Cuiabá), onde Betão reside e ainda dá aulas e palestras nas escolas sobre a prática do estilingue.
Em 2017, o então governador Pedro Taques chegou a sancionar lei estadual que reconhece a prática do estilingue como modalidade esportiva, e um bem material e cultural em Mato Grosso.
“Hoje as crianças e adolescentes, até 13 e 15 anos, não conhecem o estilingue. Acontece já que os ensinamentos foram deixados de lado pelas gerações. Deixou de ter uma prática. Então, nosso trabalho tem sido divulgar nas escolas, para a nova geração”. 
Segundo ele, a prática hoje fica por conta das pessoas mais velhas, que tiveram o estilingue como brinquedos na infância. “Quando eu vou para as competições, vejo que o público tanto que pratica o esporte, quanto quem está assistindo, é formado por adultos”.
Além disso, o estilingue de hoje é diferente. Ainda é encontrado em madeira, com formato de “Y”, mas há novas versões, de tamanhos, formados e com mira. 
“Nos antigos eu sou ruim, tinha até esquecido como fazia. Me interessei por outros esportes, pratiquei futebol. Agora, com os atuais, conseguimos um disparo com até 10 metros de mira”. 
Falta de apoio 
Quase que constante na prática de esportes em Mato Grosso, a falta de apoio do poder público e da iniciativa privada podem desmotivar os atletas. Exemplo disso é que, como o único representante do estado no esporte e um dos maiores nomes em nível nacional, ainda precisa pagar suas próprias despesas para competir.
“Apesar de ter o apoio da Confederação Brasileira de Estilingue, eu ainda tenho que bancar todas as viagens para competir. E gera muitos gastos. Faltam investimentos, mas a gente luta para esse reconhecimento”, disse o atleta. Betão se prepara para ir à China no próximo mês, competir entre os dias 15 e 17 no Campeonato Internacional de Estilingue.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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