O resultado da licitação para a construção das obras do Ônibus de Transporte Rápido (BRT) em Cuiabá e Várzea Grande foi homologado pelo governo do estado. O Consórcio Construtor BRT Cuiabá, formado por empresas de São Paulo, foi declarado vencedor e deve executar o projeto por R$ 468 milhões.
A licitação foi realizada no último dia 17, na modalidade RDC - Regime Diferenciado de Contratação -, instituído em 2011 pelo governo federal para acelerar as obras da Copa do Mundo de 2014.
O consórcio vencedor deve elaborar todos os projetos necessários para o início das obras, entre eles de desapropriação, assim como obter licenças e adquirir veículos que serão usados no BRT. A previsão de construção é de 24 meses.
O BRT foi escolhido depois do governo desistir do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O estado quitou toda a dívida do financiamento para as obras do metrô. O VLT tinha sido escolhido como modal de transporte para receber a Copa em 2012 e ficou em construção até 2014.
A construção do VLT de Cuiabá custou R$ 1,066 bilhão aos cofres do estado de Mato Grosso. O BRT foi proposto como uma alternativa mais barata. O governo estima que a obra vai custar R$ 480,5 milhões. Entretanto, as entidades ligadas ao setor ferroviário dizem que o a obra custará R$ 820 milhões e que a tarifa será de R$ 5,70 e não de R$ 3,04. Segundo as entidades, a estimativa é de que a tarifa do VLT seria de R$ 4,40.
O consórcio vencedor é formado pelas empresas: Nova Engevix Engenharia e Projetos S.A.; Heleno & Fonseca Construtécnica S.A. e Cittamobi Desenvolvimento em Tecnologia Ltda.
O anteprojeto do BRT contempla a construção de 46 estações, dois terminais em Cuiabá (Coxipó e CPA), reconstrução do Terminal André Maggi (Várzea Grande) e prevê a construção de um viaduto para passagem do BRT (rotatória das avenidas Fernando Corrêa da Costa com Beira Rio) e de uma ponte sobre o Rio Coxipó, parque linear e requalificação do Largo do Rosário (ao lado do Morro da Luz).
Segundo o governo, além disso, todas as obras de infraestrutura realizadas anteriormente para o VLT serão aproveitadas.
Entre as vantagens do BRT, segundo o estado, estão tarifa mais acessível em relação à do VLT, a possibilidade de expansão para outras regiões e custo menor de construção.
Além disso, os demais ônibus de Cuiabá e Várzea Grande poderão utilizar o novo corredor, trazendo melhorias para a mobilidade urbana da região, argumenta o governo.
Em janeiro deste ano, o governador Mauro Mendes (DEM) sancionou a lei que autoriza a assinatura de empréstimo junto à Caixa Econômica Federal para a mudança do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) pelo Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) em Cuiabá e Várzea Grande.
Na decisão, ele diz levar em conta os estudos técnicos elaborados pelo estado e pelo Grupo Técnico criado na Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana. Os estudos concluíram que a continuidade das obras do VLT era “insustentável”, demoraria mais seis anos para conclusão.