Escola de samba retrata fila dos ossinhos de Cuiabá e homenageia cacique Raoni em carnaval de SP

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Segunda, 25 Abril 2022 | G1MT
A escola de samba Gaviões da Fiel, segunda a desfilar no carnaval de São Paulo neste domingo (24), apresentou um carro alegórico em alusão à fila dos ossinhos de Cuiabá e também homenageou o líder Kayapó reconhecido internacionalmente, o cacique Raoni.
No desfile das escolas, o segundo carro veio com um menino segurando um prato de ossos, representando a volta da fome no país e, sobretudo, a fila de ossinhos que se formou em um açougue no CPA II, em Cuiabá.
A Gaviões buscou provocar uma reflexão crítica sobre o cenário de desigualdade no país, combinando elementos da fila de ossinhos, realidade das favelas e ainda relembrou outras tragédias sociais.
Há mais de 10 anos o açougue realizava doações de ossinhos, mas desde a pandemia de Covid-19, em 2020, o número de pessoas procurando pela doação aumentou significativamente. Em um único dia, a fila dobrava mais de cinco quarteirões.
Além disso, idosos e mulheres com crianças passavam a noite na calçada, guardando uma vaga entre os primeiros da fila, uma vez que as entregas ocorrem pela manhã. Esse cenário de miséria repercutiu no país.
A fila de ossinhos continua ocorrendo toda segunda e quinta-feira no período da manhã. A procura por doações segue inalterada.
Mais de 18 mil famílias vivem em situação de extrema pobreza em Cuiabá, de acordo com o registro do programa social do governo Cadastro Único (CadÚnico). Isso significa 16,9% da população cadastrada, o que abre margem para a possível subnotificação.
Já em situação de pobreza são 14.241 famílias, sendo 13,1% da população. Em baixa renda, são 26.310 pessoas, representando 24,2%.
Os dados são do Laboratório de Visualização e Georreferenciamento do Sistema Único de Assistência Social (GeoSUAS-MT).
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Homenagem ao cacique
Os indígenas presentes no desfile comemoraram a representação dos povos originários pela Gaviões da Fiel. Segundo eles, essa alegoria traz força ao movimento de luta constante pela defesa dos direitos indígenas.
Apesar do cacique Raoni não estar no festejo porque está na aldeia em Mato Grosso, a escola de samba fez uma homenagem à ele. O terceiro carro a desfilar pela escola trouxe a simulação de incêndio em uma mata ciliar, trazendo uma reflexão a respeito da devastação ambiental e da luta indígena, que foi onde entra a história do cacique.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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