Prestes a entregar o seu mandato, o deputado estadual Mauro Savi (DEM) disse que não pretende retornar mais para vida pública e que daqui para frente irá enfrentar os de cabeça erguida os problemas na justiça, assim que perder a prerrogativa de foro por função, já nesta sexta-feira (1). O parlamentar também afirmou que se arrepende de ter seguido orientação partidárias e não ter se candidatado a deputado federal.
As declarações foram feitas por Savi durante a última sessão do ano, ocorrida no dia 29 de janeiro, ocasião em que os deputados aprovaram a Lei Orçamentária Anual de 2019, com o aumento de repasses do duodécimo aos Poderes. Savi deixa a AL após 16 anos de mandato, tendo já participado da Mesa Diretora e sido, em 2014, o deputado mais bem votado da casa de leis.
Em tom de despedida, Savi usou a tribuna para dizer que sua saída da política não será momentânea e sim definitiva, além de criticar membros do Ministério Público Estadual (MPE) por divulgar em seus últimos dias de mandato um recurso encaminhado ao Tribunal de Justiça, solicitando ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que os alvos da operação Bereré, incluindo ele, retornem para prisão.
“Com certeza isso não é um até breve, é um tchau mesmo. Saio um pouco sentido com algumas questões, mas de cabeça erguida para encará-las, até porque sei o que fiz e o que não fiz... Hoje, um promotor passou o meu processo, que agora que vai começar a andar, para imprensa... É triste isso, mas não tem problema. Estou aqui para enfrentar”, disse o deputado.
O democrata ainda falou que já havia pensado em sair da política alguns anos atrás e que se arrepende de seguir orientações partidárias no passado e não ter se candidatado a deputado federal. Por fim ele reforçou que está saindo da Assembleia de cabeça em pé e feliz por ter conseguido quase 12 mil votos nesta eleição, apesar de ter passado praticamente todo o período eleitoral no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).
“Eu já poderia ter parado há dois mandatos. Tinha um compromisso e um encaminhamento para ser candidato a deputado federal e poderia estar com o Doutor Leonardo hoje, mas infelizmente obedeci meu partido, recuei e não parei o compromisso que tinha com as pessoas. Mas hoje, independente do que aconteceu, saio tranquilamente sabendo que ainda sobrou quase 12 mil eleitores que me acompanharam”, finalizou.
Representante de Sorriso, Savi se elegeu como deputado estadual pela primeira vez em 2002, com 17,9 mil votos. Em 2006, acabou sendo reeleito com 31,6 mil votos. Na eleição seguinte, em 2010, o parlamentar também conseguiu se eleger com 47, 6 mil votos. Já em 2014 foi o deputado mais votado com 55,2 mil votos.
Em 2018, ele foi alvo da ‘operação Bereré’, da Polícia Civil, que investiga suposta organização criminosa que teria desembolsado R$ 30 milhões em propinas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT).
Apontado como um dos líderes da quadrilha, o deputado ficou detido no CCC de maio ao fim de agosto e teve apenas pouco mais de um mês para trabalhar em sua campanha tentando a reeleição. Com 11,6 mil votos, não foi reeleito.
Na próxima sexta-feira (1), os deputados eleitos na eleição de outubro do ano passado vão tomar posse.