O grupo suspeito de sequestrar e torturar o produtor rural e pai do prefeito de Jangada (MT), Edson Joel de Almeida Meira, de 57 anos, planejava roubar uma emenda parlamentar no valor de R$ 28 milhões, que a prefeitura tinha recebido. As informações foram confirmadas nesta terça-feira (21), pelo delegado Antenor Pimentel, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
O delegado disse que o mandante do crime é um presidiário da Penitenciária Central do Estado (PCE) e membro de uma organização criminosa. Segundo ele, o chefe do grupo entrou em contato com outra pessoa de fora do presídio, que ficou responsável pela logística do sequestro.
Ainda de acordo com o delegado, os suspeitos não explicaram de que forma seria feita a transferência do dinheiro.
O crime aconteceu em outubro do ano passado e, até o momento, 10 pessoas suspeitas de envolvimento já foram presas e duas estão foragidas.
Foram identificados 10 homens e duas mulheres que participaram de todas as etapas do sequestro. O inquérito do caso também foi concluído.
Oito suspeitos armados invadiram a propriedade rural de Edson na madrugada do dia 22 de outubro do ano passado, fazendo integrantes da família dele e funcionários reféns, em Jangada, a 82 km de Cuiabá. Uma adolescente, de 15 anos, que estava na propriedade, teria sido dopada pelos suspeitos e precisou ser encaminhada ao hospital.
Os suspeitos teriam afirmado que queriam falar com Edson, que não estava no local no momento. O grupo aguardou a chegada da vítima, colocaram ela dentro do carro e a levaram a um cativeiro, de onde os criminosos passaram a exigir a familiares o resgate.
De acordo com uma das testemunhas, um dos suspeitos teria ido à propriedade uma semana antes, quando discutiu com a vítima por causa de uma suposta dívida.
De acordo com a Polícia Civil, Edson foi encontrado próximo a comunidade Rancharia, no município de Nossa Senhora do Livramento. Ele conseguiu escapar do local onde foi mantida em cativeiro e caminhou até a comunidade, onde a equipe o encontrou.
No mesmo dia, a polícia prendeu em flagrantes três envolvidos no crime, nos municípios de Nova Olímpia e Nova Marilândia. Uma das envolvidas é uma mulher que emprestou a conta bancária dela para receber os valores pedidos no resgate. Na sequência, a polícia prendeu um casal, que agiu como interlocutor para ‘liberar’ a vítima.
De acordo com a Polícia Civil, um dos investigados declarou em interrogatório que a intenção era exigir altos valores da família da vítima, mas com a prisão do casal que negociou o sequestro e da mulher que receberia o dinheiro, o restante do grupo desistiu do crime.