Janaína Riva admite negociações com PR e PMDB e sonha em ser deputada federal
A deputada Janaina Riva (PSD) está com um pé fora do partido de seu pai, José Geraldo Riva, e do ministro Kassab e o rumo agora já está cindido em apenas uma bifurcação –– o Partido da República (PR), do senador Welington Fagundes, que já lhe formalizou o convite, ou o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), do deputado federal Carlos Bezerra, com quem ela também anda conversando. Os dois contatos e convites foram admitidos pela própria Janaína Riva na saída de seu gabinete, na Assembleia Legislativa.
“O senador Wellington Fagundes fez o convite para que eu fosse para o PR. Disse que estão recebendo o deputado Valtenir [Pereira], me colocou que a janela vai existir e que o partido está de portas abertas”, explicou Janaína.
Fatores a se pesar há vários e ela exemplifica, lembrando que o PR é, ainda hoje, mesmo com a anunciada saída de sua maior estrela (ainda não concretizada, óbvio, mas pra lá de dita e repetida) –– o também senador e ex-governador Blairo Maggi (PR) ––, a maior bancada da Assembleia e, segundo o líder republicano, vai assim vai continuar, pois ele está garantindo o estancamento da ferida criada pelo bilionário produtor de soja de força política incontestável.
“Ele [Welington Fagundes] está conversando com os deputados para que não deixem o PR, para que ele continue, mesmo com essa nova bancada, a maior. O senador me disse também que o partido pode atender minhas expectativas futuras, meus projetos. Posso ser contemplada dentro do PR, podendo contar com o apoio dele, que é de uma expressão política enorme”, continuou Janaína.
Ela teceu elogios a Fagundes e afirmou que o nome dele é muito falado no interior como nome bem cotado para o Governo do Estado. “É um senador de expressão, que tem estado nos debates acerca de Mato Grosso em Brasília, e o PR é um partido forte que pode vir a nos ajudar muito pela representatividade que tem. Ele disse, ainda, que posso somar muito na legenda”. Tudo definido então, deputada? “É algo que ainda tenho que analisar”, esquivou-se.
Aliás, esquiva parece ser o principal fundamento no ringue da política estadual. Ninguém anda muito a fim de admitir com precisão qual rumo tomará. Uma espécie de 'me mostra o seu que eu mostro o meu'. E aí, poucos partidos tem demonstrado mais habilidade do que aquele que um dia abrigou Ulisses Guimarães e hoje é casa do vice-presidente Michel Temer.
“O PMDB é um projeto futuro, uma vontade que eu tenho de, quem sabe, disputar uma cadeira federal”, argumenta Riva, mas, óbvio ululante, precisa ainda “analisar com carinho o partido que melhor me contemplaria, com os candidatos a deputado federal que já existem hoje, os candidatos a deputado estadual... tenho que analisar meu projeto futuro, é isso que tem que pesar. Tenho que aguardar realmente, primeiro se vai abrir a janela, quem são as pessoas que vão para o PR e para o PMDB, para ver onde vou me sentir mais à vontade e melhor”.
O distanciamento desses partidos do governo Pedro Taques (sem partido) conta muito –– ela não faz a mínima questão de esconder. Aliás, isso foi explicitado para os dois líderes estaduais da bancada em Brasília.
“Disse ao senador Welington ontem (17) e ao deputado Bezerra que o fato deles serem políticos de oposição [mesmo que seus partidos tenham deputados que fazem parte da base na Assembleia] ao governo estadual, pra mim, é sim muito importante”.