Taques confirma pedido de demissão de Mauro Zaque
O governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), confirmou na manhã desta terça-feira (22), durante entrevista na rádio CBN, do Grupo Gazeta de Comunicação, pedido de exoneração do secretário estadual de Segurança Pública, Mauro Zaque. Mas esclareceu que somente à tarde "os dois vão conversar".
O governador ainda explicou que os salários dos servidores devem passar a ser pagos no dia 10, a partir do próximo ano, devido as dificuldades de caixa por causa da crise financeira, mas que não irão atrasar. Ainda segundo Taques, os servidores comissionados serão demitidos para redução de gastos.
Taques prevê um ano difícil em 2016, e reafirmou a necessidade de moratória das dívidas públicas dos estados do Brasil Central. Sobre a mudança de partido, o governador disse que deixou o PDT, em agosto deste ano, porque o partido de Brizola, se aliou ao PT, que segundo ele, "quebrou o país".
Quanto às obras paradas do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), Taques afirma que aguarda resultado da auditoria, para saber o que deverá ser feito, já que não pretende investir "um só real" em uma obra sem qualidade. Alegou ainda que quem parou a obra foi a gestão passada.
Após a auditoria, o governador disse que irá conversar com as autoridades de Cuiabá e Várzea Grande, para entrar em acordo sobre a integração das duas cidades, pois já especula-se que a passagem pode custar entre R$ 9 até R$ 12, e indaga, quem irá subsidiar?
Ainda no Grupo Gazeta de Cominucação, o governador inicia entrevista ao vivo no Jornal do Meio Dia, edição especial, da TV Record/Canal 10. Na apresentação, Pedro Taques fala sobre a nota que ele atribuiu à gestão de 6,5.
Começa participação de jornalistas de sites de MT. Sobre a crise econômica, Taques responde pergunta do jornalista do RDNews, ressaltando que 2016 será um ano difícil. E que pode acontecer do governo não conseguir viabilizar todos os projetos programados.
"Nós vamos cumprir os compromissos, vamos pagar as despesas obrigatórias", afirmou Taques. Para novos investimentos, ele disse que o Estado vai procurar outras alternativas.
Jornal do Meio Dia segue com pergunta sobre impeachment de populares. Taques confirma posição a favor do afastamento da presidente Dilma. E considera que a decisão não vai prejudicar Mato Grosso. Cita o próprio exemplo. "Não fui apoiado por todos os prefeitos e atendo todos".
Governador lembra que o Brasil precisa de Mato Grosso, inclusive para equilibrar a balança comercial. "Não acredito portanto que o Estado será prejudicado por uma posição minha".
Apresentador Lúcio Sorge questiona Taques sobre o comportamento do vice-presidente, Michel Temer. "Eu vejo que o impeachment é constitucional e o sucessor é Temer".
Rafael Costa, do site Folhamax, pergunta sobre o relacionamento do governo e Assembleia, com a possibilidade do PMDB aumentar a bancada. E se o partido será contemplado com cargos na administração dele?
"Eu entendo que o PSDB não deva participar de um eventual governo Temer. Aqui em MT eu fui eleito criticando a gestão passada do PMDB. Não posso passar óleo de peroba na cara e mudar. Quero ressaltar aqui que nenhum deputado fez este tipo de pedido a mim".
Taques salienta que é desejo dele estar com Mauro Mendes no projeto de reeleição e que a participação do PMDB na campanha é um problema do partido. "Eu nem sei se o Mauro será candidato. Depois que ele definir vamos conversar politicamente".
O governador não fala se subiria num mesmo palanque que o PMDB e destaca que segmentos do PSDB defendem candidatura própria à Prefeitura da Capital.
Mudando de tema, Taques responde pergunta sobre o avanço do desmatamento em Mato Grosso. "Este ano de 2015 ocorreram mais autuações pela Sema, mas o desmate aconteceu em uma determinada área".
Governador diz que o compromisso é "desmatamento zero até 2020", feito na COP 21, em Paris (França). Telespectador provoca Taques sobre a convivência do agronegócio e a preservação ambiental. O governador reconhece a situação preocupante e explica que existem ações no sentido de reduzir todo o tipo de impacto à natureza.
Sobre as prisões envolvendo ex-autoridades em crimes de corrupção em Mato Grosso, Sorge pergunta ao governador se procedem as informações de que a manutenção do grupo na cadeia tem o dedo dele?
"Imagine se eu tivesse esse poder. Eles recorreram aqui no TJ. Lá em Brasília no STJ, no STF. Isso é menosprezar o poder do Judiciário, da Polícia".
Na sequência o jornalista Luiz Acosta, do site Gazeta Digital, pergunta sobre os TAGs e a conclusão e qualidade das obras da Arena Pantanal e do VLT.
"Nós precisamos terminar o VLT, mas não coloco um real nessa obra sem saber se é viável, por isso contratamos uma consultoria".
Lúcio indaga sobre a dúvida da população VLT ou BRT? Taques afirma que sempre fez indagações sobre custo de obra, valores e eficiência do modal. "Mas agora precisamos terminar o VLT".
Governador explica que a consultoria vai responder qual o modelo de VLT melhor para Cuiabá e volta a frisar que não colocará mais um centavo na obra.
Taques compara valores da obra do VLT de Cuiabá e a do Rio de Janeiro. Conta que o modal da Capital já foi pago adiantado.
"Governar é ter responsabilidade com o dinheiro público. R$ 800 milhões é o valor que o Consórcio ainda quer para concluir a cobra. O valor daria, por exemplo, para reformar todas as escolas de MT", salienta Taques, destacando que "nada fará sem o resultado da consultoria".
A respeito da segurança pública, pergunta feita por uma telespectadora, o governador cita os investimentos no setor, ressaltando que mais 1.100 policiais estão nas ruas e que os indicativos apontam para uma redução dos homicídios em várias regiões do Estado.
O apresentador do Jornal do Meio Dia, Lúcio Sorge, pergunta sobre a crise no comando da Segurança Pública e se dá para investir ainda mais na área em meio a essa situação?
"Eu acordei com essa notícia. E aprendi a ter paciência com a imprensa". Taques diz que ninguém é insubustituível e que à tarde vai se sentar para conversar com a cúpula da Segurança Pública.
"Vou conversar com o secretário para saber se isso é verdade", disse o governador. "O Levi acabou de sair e a administração do Brasil não parou. Assim é aqui".