Em Mato Grosso, o aumento da exportação da carne suína melhora a lucratividade dos criadores, depois de quase dois anos de crise no setor.
Mais de 5 mil leitões e matrizes são criados pelo produtor Jocemar Canossa, de Sorriso, a 516 km de Cuiabá. Ele não faz a engorda dos animais na granja e tem o que na suinocultura o que chamam de maternidade, fazendo o fornecimento de leitões a outros criadores. Ele diz que os ganhos subiram nos últimos meses.
“O nosso leitão hoje rende de 20% a 25% de lucro, chegando para a venda com essa mesma porcentagem de lucratividade. Dificilmente conseguíamos ter esses dados em outros períodos. Em épocas normais, pra quem abate, consegue trabalhar com uma faixa que varia entre 10% e 13, 15% no máximo. Para quem cria leitão, vai trabalhar na faixa de 12% a 18%”, diz Josimar Canossa.
O lucro maior está ligado ao aumentou da procura pela carne suína brasileira.
Segundo a Associação dos Criadores de Suíno de Mato Grosso (Acrismat), o quilo do animal está sendo comercializado em média a R$ 4,36. Quando a venda é para outros estados, está cotado a R$ 4,61, valores aproximadamente 45% maiores no comparativo com novembro de 2018.
A alta, segundo a entidade, está ligada ao surto de peste suína africana que atinge a Ásia. A china está importando mais carnes de outros países, como o Brasil.
“As exportações estão sendo recordes em todas as carnes, principalmente devido à falta de carne suína no mundo, a proteína animal. Então essa demanda externa faz com que a procura force a elevação do preço, inclusive interno”, afirmou Itamar Canossa, presidente da Acrismat.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal, até outubro deste ano as exportações de carne suína brasileira aumentaram quase 12% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Apesar desse crescimento, os criadores estão receosos em aumentar a produção de matrizes, pelo menos por enquanto.
“Situação de ampliação, com certeza temos intenção, mas não a curto prazo, se falando aí de cinco meses a um ano. Acredito que é o momento de ter cautela. Nós viemos de dois anos difíceis, em situações que trabalhamos no vermelho, então acredito que suinocultor, tanto profissional quanto amador, é hora de fazer caixa, pagar contas que a gente acumulou nesse período, começar a fazer um caixa pra aguentar uma próxima crise”, disse Jocemar.