O mato toma conta de 15 canteiros que foram abandonados na propriedade de Roberto Pietro, em Campos Verde, a 139 km de Cuiabá. Na área, o agricultor costumava colher até 500 pés de alface por semana, mas com a pandemia e a queda de 70% nas vendas, o jeito foi reduzir os cultivos.
“A gente achava que era uma coisa passageira, mas infelizmente foi se agravando cada vez mais e aí a gente foi perdendo venda e estamos com a corda no pescoço”, diz Roberto.
No sítio do Lidiomar Pedroso, algumas hortaliças ainda vão para o lixo.
Diante de tantos prejuízos, o produtor decidiu reduzir o plantio de alface. Do total de 60 bancadas de hidroponia, 30 vão ficar vazias até o fim da pandemia. Enquanto isso, ele aposta em outros cultivos na tentativa de sair do vermelho.
“Estou plantando 2,8 mil pés de pimentão e 5 mil pés de couve. A expectativa é já começar a produção daqui a 40 dias. Plantei para ter um escape, não produzir só folhas para ver se melhoram as coisas. Vamos acreditar que até o final do ano acaba isso e que em 2021 a gente consiga conquistar o que não conseguimos em 2020.
Segundo o agrônomo da Empaer, Kênio Nogueira, a falta de plantio deve trazer ainda mais prejuízos.
“Quando você tem um solo produtivo, como era o caso do solo do Roberto e você deixa de produzir, a primeira coisa que vêm são as plantas daninhas. Com isso ele vai ter problemas lá na frente, quando ele voltar a cultivar. Vai gastar mais para produzir nesse solo””.