Cultivo de maracujá em MT se torna mais lucrativo nos últimos anos

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+ Agronegócio
Sexta, 20 Agosto 2021 | G1MT
Mato Grosso tem atualmente 412 hectares de área cultivada com maracujá, sendo a maior parte da espécie amarelo azedo, usado para a produção de polpas. No cultivo é utilizado o BRS Gigante Amarelo, que tem frutos grandes com peso de cerca de 300 gramas cada, e rendimento de polpa em torno de 40%, conforme dados da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).
Pedro Ferri Nogueira, que tem uma chácara na zona rural de Sinop, começou o plantio de maracujá há um ano porque não estava conseguindo bons resultados na produção de leite, e queria uma alternativa a mais para obter renda. “A minha propriedade é pequena e o custo do leite estava muito alto. Eu tinha dois hectares parados e então decidi investir no maracujá”, contou.
Nogueira plantou 1.600 pés o ano passado, com investimento de aproximadamente R$ 40 mil. A safra foi de 7 mil kg de maracujá por mês, com os pés produzindo durante cinco meses. Quase todo o fruto foi vendido in natura para uma cooperativa local, que trabalha com a polpa da fruta.
“Foi uma produção boa. Agora está na entressafra, mas daqui uns dois meses deve começar de novo. A minha expectativa é boa para a próxima colheita. E o preço está bom, estão pagando R$ 2,30 por quilo”, disse.
Entre os municípios que se destacam na produção estão União do Sul, Tabaporã, Itanhangá, Terra Nova do Norte e Nova Brasilândia. “É uma cultura para o pequeno produtor, a maioria da produção no estado é plantada em áreas de até 10 hectares”, disse Thiago Tombini, engenheiro agrônomo da Empaer (Empresa de Pesquisa e Extensão Rural).
O cultivo do maracujá, como polinização, plantio, adubação, é todo feito de forma manual, o que requer muita mão-de-obra.
O custo para plantar um hectare, em média, ultrapassa os R$ 17 mil. Mas, normalmente no primeiro ano já para cobrir os custos. A planta começa a produzir com cinco até sete meses, e costuma ter até quatro anos de vida útil.
“É uma atividade rentável, gera bastante lucro. Muitos produtores conseguem tirar de 20 a 25 toneladas de maracujá por ano, em uma área plantada de um hectare”, disse Tombini.
O aumento nessa cultura no estado teve início em 2019, com apoio da Empaer.
Antes, preço pago pelo fruto era baixo, mas agora aumentou — Foto: Pedro Nogueira/Arquivo pessoal
Conforme Tombini, até então o preço pago era muito baixo e a partir do momento que a indústria começou a garantir preços melhores, os produtores, passaram a investir mais.
“A fruticultura entrou para complementar a renda desse pequeno produtor, que em sua maioria já era da horticultura. Todos queriam plantar algo, mas tinha que ser algo que a indústria comprasse. E o mercado começou a comprar mais, tanto maracujá como melancia, então acabou sendo a opção mais rentável”, disse o engenheiro agrônomo.
A maioria da produção mato-grossense abastece o mercado interno, com preços que variam entre R$ 1,50 e R$ 1,80 por quilo da fruta in natura.
Uma das preocupações atuais é com uma doença típica do maracujá, a Fusariose (fusarium oxysporum Schlecht. f. passiflorae Purss), que tem atacado algumas plantações no Norte do estado. Os casos ainda são isolados, mas demandam cuidados, recomenda a Empaer, que tem trabalhado com a Embrapa para ajudar os produtores a evitar que o fungo se alastre.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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