Secretário critica manutenção da BR-163 e sugere que a Odebrecht saia
O secretário nacional de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Neri Geller (PP) aponta descuido da Rota do Oeste, empresa da Odebrecht, responsável pela manutenção da BR-163. Segundo ele, a concessionária não executa os trabalhos como deveria e, por isso, sugere que a função seja repassada para outra empresa. “Se deixar a rodovia mais uns 60 a 90 dias sem manutenção vai virar um caos”, afirma em visita na sede do Rd News.
A iniciativa da empreiteira em deixar a concessão, segundo Neri, evitaria uma briga judicial que arrastaria ainda mais a manutenção da rodovia, caso a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) quebrasse o contrato. O periodo para a duplicação do trecho da rodovia vai até 2019. Até lá a ANTT fica impedida em declarar caducidade do termo.
A concessão que pertence à Rota do Oeste vai do km 0 em Itiquira – divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul – até o km 855, em Sinop. Nesse trajeto, o Dnit é responsável pelo trecho entre Rondonópolis e Cuiabá, e Rosário Oeste ao Posto Gil.
Neri afirma que na concessão de Rondonópolis até Sinop, a Rota do Oeste cobra pedágio, no entanto, as condições da pista não são as melhores. “Não se pode estourar tudo para depois tomar previdência”, disse o secretário do Mapa referindo-se às condições precária da pista.
Audiência pública
Ao todo são nove praças de pedágio ao longo da concessão dos trechos que pertencem à concessionária. Os preços para carros de passeios variam de R$ 3,80 a R$ 7. Esses mesmos preços são praticados para veículos comerciais/eixo. Já motocicleta devem pagar de R$ 1,90 a R$ 3,5.
A concessionária afirma que duplicou e entregou, em março do ano passado, 117 km da BR-163 na região Sul de Mato Grosso, entre a divisa e Rondonópolis - representando 26% do total a ser duplicado pela empresa. Ao todo, a Rota do Oeste tem obrigação de duplicar 453 km.
Desde que assumiu a responsabilidade pela BR-163, em março de 2014, a Rota do Oeste atuou ainda na recuperação de mais de 800 km de rodovia, incluindo todo segmento de 453 km sob a sua responsabilidade; 74 km da BR-364, de Cuiabá e Rondonópolis, exceto a Serra de São Vicente; 28 km da rodovia dos Imigrantes, por duas vezes, sendo que a última recuperação foi concluída em dezembro de 2016 e realizada com asfalto-borracha nas travessias urbanas de Sorriso (14 km), Lucas do Rio Verde (14 km), Nova Mutum (7,8 km) e Rondonópolis (5 km). Além da recuperação do segmento dos 108 km entre Várzea Grande e Rosário Oeste - ainda em fase de obras.
Investimento
Ao longo de 30 anos de concessão, a Rota do Oeste terá que investir R$ 6,8 bilhões na BR-163, sendo que R$ 3,9 milhões serão aplicados nos primeiros cinco anos. É neste período que deve concentrar as principais obras para a melhoria da rodovia, entre elas, a duplicação de 450 km dos 850 km que foram concedidos, obras de travessia urbana, obras de arte, além de sinalização, limpeza e manutenção da malha asfáltica.