De olho lucratividade, agricultores de Mato Grosso tem reservado espaço no campo, que antes era ocupado pela soja, para o cultivo de abacaxi. O produtor rural Giovane Ruzin seguiu os passos do pai, que resolveu investir no plantio da fruta em Rosário Oeste, a 133 km de Cuiabá. Ele começou a investir na fruticultura em 2007 e, atualmente, chega a vender diariamente cerca de 600 abacaxis.
Mesmo com o ciclo maior, o investimento no abacaxi os produtores veem vantagem no cultivo. Do plantio até a colheita o tempo de espera é de um ano e meio. Neste período, seria possível plantar na mesma área duas safras de soja e uma de milho safrinha.
Com base nos custos médios de produção, na produtividade média e nos valores médios obtidos com a venda das últimas safras, os produtores não estão errados.
Isso porque, um hectare de soja na última safra gerou um lucro médio de R$ 530 por hectare. Já o na safrinha houve prejuízo de quase R$ 840 por hectare. Na safra desse ano, a soja voltou a dar lucro de mais de R$ 759 por hectare. Desse modo, em um ano e meio a renda foi de R$ 449 por hectare, número bem inferior ao que o Giovane lucrou no mesmo período.
“Hoje eu planto 220 mil pés de abacaxi. Para o ano que vem pretendemos chegar a um milhão, um milhão e meio de pés. A vantagem é custo para produção. Nós usamos mão de obra daqui mesmo e não usamos máquina. Além disso, a própria planta dá outras mudas”, disse Giovane.
A lucratividade chamou a atenção do produtor César Martins, que decidiu fazer parceria com o Giovane. Ele trocou parte da área destinada a soja para plantar abacaxi. No começo, foram apenas três hectares. Hoje já são 10.
“Como temos períodos ociosos de maquinário e pessoal entre uma safra e outra, decidimos diversificar. E nada melhor que a fruticultura por causa do valor agregado”, afirmou César.