Produtores rurais de Mato Grosso estão antecipando a compra de calcário para a próxima safra de soja e melhorar o solo das lavouras. O produto aumenta os níveis de magnésio e cálcio dos grãos, evitanto graves perdas no processo de fotossíntese.
Na fazenda do produtor Gilson Antunes de Melo, que fica no município de Diamantino, a 209 km de Cuiabá, está sendo utilizado o calcário para corrigir o solo, onde os grãos da soja devem ser plantados em setembro.
"Estamos corrigindo para fornecer uma maior quantidade de magnésio e cálcio.
Cerca de duas toneladas de calcário estão sendo usadas por hectare, pela terceira vez em quatro anos.
Com maior demanda do produto nos campos, a expectativa de crescimento é de 8% nas vendas de calcário em relação a 2017. A produção do calcário em Mato Grosso deve atingir a sete milhões de toneladas.
Segundo o gerente de produção José Pedro Hoffman, a empresa onde ele atua precisou contratar novos funcionários para atender a demanda na produção de calcário.
"A demanda está grande e estamos com dificuldade mas iremos suprir as vagas de funcionários para concluir a demanda", avaliou.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Extração de Calcário de Mato Grosso (Sinecal), Kassiano Riedi, disse que a antecipação da compra do calcário pelos produtores rurais foi devido à boa colheita de soja.
"Isso se deve à boa colheita de soja neste ano e o agricultor capitalizado investe mais no solo", disse.
A escolha do calcário deve acontecer pelos seus teores de cálcio e magnésio e sua pureza química, ou seja, pelo Poder de Neutralização (PN).
Se os níveis desses macronutrientes no solo não estiverem acima de suas necessidades mínimas, os outros nutrientes adicionados pelos fertilizantes, que chegam a custar até 30 vezes mais, não ajudarão a atingir os melhores índices de produtividade, mesmo com sementes que respondam bem à adubação.
Além disso, as plantas podem enfraquecer com a deficiência de cálcio, apresentando sintomas como atrofia do sistema radicular, desastroso em um período de seca.
O magnésio, por sua vez, é um ativador de várias enzimas relacionadas à síntese de carboidratos e de ácidos nucleicos. No caso de sua deficiência, haverá graves perdas no processo de fotossíntese.