Alto custo reduz intenção de confinar animais em Mato Grosso
Mato Grosso registra queda de no número de animais confinados este ano em comparação com o mesmo período do ano passado. O 2º Levantamento de Confinamento realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) a pedido da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) aponta uma redução de 6,4%% na estimativa de confinamento em julho de 2013 ante julho 2012. A previsão é de que 693,1 mil animais sejam terminados no cocho, número 12,5% inferior ao total de 792,8 mil confinados ano passado.
O levantamento traça uma perspectiva do mercado de boi e o resultado revela a precaução dos pecuaristas com relação ao futuro da arroba. O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari explica que esta pesquisa mostra que os produtores estão agindo com cautela e gerência, uma vez que a decisão de confinar ou não está relacionada com as tendências mercadológicas.
O período de entrega dos animais confinados este ano também está diferente do cenário apresentado em 2012
“Independentemente do resultado positivo ou negativo com relação ao volume de animais confinados, observamos que o pecuarista sabe que existe esta ferramenta, mas que para acessá-la é preciso fazer um diagnóstico sobre os preços. Se a conta não fechar, melhor não confinar”.
O fechamento de contas citado é o resultado do preço da arroba menos o investimento para confinar. Levantamento realizado demonstra que o custo para confinar, descontado o valor da aquisição dos animais e o lucro, está 7% maior este ano comparado com o custo ano passado, variando de R$ 4,39 para R$ 4,69 por cabeça/dia. Esta variação é ainda maior se comparar o custo em 2010, que era 41% menor do que este ano.
Alimentação é o insumo que mais registrou aumento de preço nos últimos anos. Entre 2012 e 2013 o ganho foi de R$ 11%, passando de R$ 2,41 cabeça/dia para R$ 2,68 cabeça/dia. O valor pago pela aquisição de animais também teve incremento no último ano, passando de R$ 9,12 para R$ 9,54 cabeça/dia.
Segundo Luciano Vacari, apesar da redução no valor do milho, que é usado como ração bovina, o custo geral cresceu e a arroba não vem demonstrando mesmo desempenho. “Podemos perceber que milho barato não é a única influencia para o confinamento. Outros pontos são avaliados e pesam na hora da decisão. Sem perspectiva de mercado positivo, não tem como investir em confinamento”.
O período de entrega dos animais confinados este ano também está diferente do cenário apresentado em 2012. Durante o 3º trimestre deste ano a expectativa é entregar 402,1 mil, 24% a mais do que nos mesmos meses do ano passado. Porém, para o 4º trimestre o número de animais entregues deverá cair de 469,1 mil para 291,1 mil, queda de 38%.