Disputa ao Governo movimentará R$ 100 milhões em MT
Os candidatos ao comando do Palácio Paiaguás estimam gastar, em média, R$ 35 milhões durante a campanha eleitoral deste ano. Juntos, eles já atingiram o total investido no pleito de 2010: R$ 66 milhões.
O montante, no entanto, ainda não considera o valor da campanha do senador Pedro Taques (PDT), que deve divulgar sua estimativa de gastos na manhã de hoje (4). Caso o pedetista mantenha o nível de seus adversários, a eleição ao governo do Estado em 2014 pode atingir a marca dos R$ 100 milhões.
Até o momento, o deputado estadual José Riva (PSD) é o candidato que tem a maior estimativa de gastos para a campanha. O social-democrata pretende arrecadar e investir no pleito nada menos que R$ 35 milhões.
Riva é seguido pelo médico Lúdio Cabral (PT). A campanha do petista não deve ser modesta e terá um investimento de R$ 30 milhões. O valor é três vezes maior do que o custo da candidatura dele, em 2012, à Prefeitura de Cuiabá.
Já o jornalista José Marcondes, o Muvuca (PHS), deve ter uma campanha mais modesta. Candidato por um partido “nanico”, ele declarou que deve investir aproximadamente R$ 1 milhão na tentativa se tornar o próximo governador de Mato Grosso.
Os valores estimados pelo senador Pedro Taques serão divulgados durante o registro de sua candidatura junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A expectativa é que ele fique na faixa de R$ 30 milhões a 40 milhões, como os demais.
Também não foram divulgadas ainda as estimativas de gasto de José Roberto Freitas Cavalcante, candidato ao comando do Paiaguás pelo PSOL. Se for levado em consideração que o custo final das campanhas seja estimado em R$ 95 milhões, cada eleitor (considerando o número de eleitores do pleito de 2012: 2.170 milhões) deve custar aos candidatos, em média, R$ 43.
Em 2010, as estimativas de gastos na corrida pelo Palácio Paiaguás foram bem inferiores. O governador Silval Barbosa (PMDB), eleito logo no primeiro turno, declarou ao TRE a intenção de investir R$ 30 milhões em sua candidatura à reeleição.
Já o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), que também foi candidato ao governo naquele pleito, estimou seus gastos iniciais em apenas R$ 17 milhões. O ex-prefeito da Capital, Wilson Santos (PSDB), que ficou em terceiro lugar na disputa, esteve na mesma média que o socialista: avaliando sua empreitada em R$ 18 milhões.
O então candidato pelo PSOL, por sua vez, o advogado Marcos Magno, considerou que gastaria R$ 1 milhão. Os gastos das campanhas majoritárias vêm quase que dobrando a cada pleito. Em 2006, quando disputaram nove candidatos, a estimativa foi de R$ 35 milhões. Já em 2002, ficaram próximas a R$ 20 milhões.
Os valores, no entanto, representam uma mera formalidade. Os candidatos têm liberdade para fazer alterações ao longo da campanha.
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Roseli Barbosa pagou R$ 24,2 milhões para empresas investigadas pelo Gaeco
O Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (Fiplan) mostra que as empresas que tiveram contratos com a Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas) receberam quantias vultosas.
Em um levantamento feito no Fiplan, o Instituto Concluir faturou, em 2012, a pequena bagatela de R$ 12, 4 milhões. Já em 2013, o faturamento caiu para R$ 1 milhão. O Instituto de Desenvolvimento Humano (IDH/MT) também teve faturamentos altos com o governo Silval Barbosa (PMDB). Em 2012, o Instituto faturou R$ 493 mil, em R$ 2013, o pagamento chegou perto dos R$ 10 milhões (R$ 9,4 milhões) e ainda neste ano já recebeu R$ 1 milhão. Todos os pagamentos foram feitos durante a gestão de Roseli Barbosa.
O levantamento não conseguiu detectar pagamentos feitos para a empresa Microlins por meio do Fiplan.
Em nota, o atual secretário da Setas, Jean Esteves Pereira, informou que está à disposição de todos os órgãos competentens a respeito dos programas e ações desenvolvidos pela pasta.
Sobre a operação deflagrada pelo Gaeco, na tarde desta terça-feira (29), a Secretaria confirma que houve busca e apreensão de documentos que abragem a área contrábil, contratos e prestação de contas e licitações.
Ainda de acordo com a nota, a Setas ressalta que grande parte dos documentos apreendidos já havia sido encaminhados anteriormente ao Ministério Público do Estado, conforme solicitação do órgão.
A Secretaria ainda diz que cabe destacar que os servidores da Setas estiveram à disposição a todo momento para esclarecimentos dos fatos e entrega de documentos, contribuindo com o bom andamento dos trabalhos do Gaeco.
OPERAÇÃO ARQUEIRO
A Secretaria de Trabalho e Assistência Social do Estado (SETAS) foi alvo da operação Arqueiro do Ministério Público na tarde desta terça-feira (29). O Gaeco faz busca e apreensão em contratos realizados pela Secretaria, sob o então comando da primeira dama do Estado, Roseli Barbosa.
Os alvos são documentos contábeis, licitatórios, de liquidação e de prestação de contas referente a convênios firmados entre o Estado e Institutos de fachada para realização de cursos profissionalizantes.
Investigações realizadas pelo Gaeco em conjunto com o Núcleo de Ações de Competência Originária da Procuradoria Geral de Justiça (Naco) apontam a existência de provável conluio entre servidores lotados na Setas e Institutos sem fins lucrativos para fraudes em licitações e convênios.
Os trabalhos começaram após a divulgação de erros grotescos em apostilas que estavam sendo utilizadas nos cursos de capacitação em hotelaria e turismo promovido pelo Governo do Estado.
À época pegou muito mal para Mato Grosso a confecção das cartilhas, já que as mesmas retrataram o Estado de forma jocosa. Ficaram conhecidas como apostilas da vergonha.
"Fim de mundo, lugar que ninguém conhece e c... do mundo são algumas das expressões usadas. Em um dos casos exemplificados pelo MPE, a pessoa contratada para elaboração do conteúdo das apostilas possuía apenas o Ensino Médio completo. Em seu depoimento, a jovem confessou que recebeu pelo serviço a quantia de R$ 6 mil e que copiou todo o material da internet.
À época, o Instituto assumiu a responsabilidade e isentou o Estado do erro.
Segundo o MPE, nos últimos dois anos, a empresa Microlins e os Institutos de Desenvolvimento Humano (IDH/MT) e Concluir receberam do Estado quase R$ 20 milhões para executar programas sociais referentes ao “Qualifica Mato Grosso”, “Copa em Ação”, entre outros. Para obterem êxito nas contratações, nomes de “laranjas” foram utilizados pelos fraudadores. A qualidade dos cursos oferecidos também está sendo questionada.
Até o momento, o Gaeco já identificou a participação de nove pessoas no esquema. Os nomes dos envolvidos serão divulgados após o oferecimento da denúncia.
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