Ministro vê atraso e cobra celeridade em obras do aeroporto de Cuiabá
Em visita a Mato Grosso na tarde desta quinta-feira (23), o ministro da Secretaria da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, criticou os sucessivos atrasos de cronograma na execução da reforma e da ampliação do Aeroporto Marechal Rondon, na região metropolitana de Cuiabá, e cobrou do governo estadual e das empreiteiras que as partes essenciais da obra sejam concluídas no máximo até o final de março a fim de garantir a operação do terminal em níveis razoáveis para a Copa do Mundo.
Com 40% das obras concluídas e prazo de término em abril, o terminal localizado em Várzea Grande, cidade vizinha a Cuiabá, já foi considerado por uma pesquisa da Secretaria de Aviação o pior dos 15 aeroportos que deverão servir o fluxo de passageiros durante o evento mundial. A classificação nada honrosa foi lembrada pelo próprio ministro durante a visita, uma vez que os atrasos na execução do cronograma de obras têm preocupado o governo federal. Após a vistoria, o ministro deu nota 5 às obras do aeroporto Marechal Rondon.
"Esse cronograma reiteradamente não vem sendo cumprido. Não é possível trabalhar desse jeito", asseverou Moreira Franco em entrevista coletiva concedida no segundo pavimento da parte ampliada do aeroporto após uma rápida inspeção pelas várias frentes de trabalho.
Lá, cobrou diretamente do presidente do consórcio responsável pelas obras, empresário Robério Garcia, e do titular da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), Maurício Guimarães, que até o final de março estejam prontos pelo menos o estacionamento, as vias de acesso e os terminais de embarque e desembarque do aeroporto. Uma equipe deve ser enviada ao final de fevereiro para averiguar o cumprimento da exigência feita pelo ministro.
Críticas e cobranças
Ele argumentou que o prazo de março precisa ser respeitado para que, às vésperas do prazo final do contrato de obras (em abril), a diretoria operacional da Infraero tenha condições de organizar o funcionamento do aeroporto em sua nova estrutura para atender à demanda da Copa do Mundo, adequando o fluxo de passageiros e toda a logística a padrões internacionais de qualidade.
Franco também criticou o discurso do governo diante da realidade das obras, falando diante de figuras como o superintendente do aeroporto, João Marcos, o superintendente regional da Infraero, Gustavo Schild, o presidente do consórcio responsável pelas obras, empresário Robério Garcia, e o titular da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), Maurício Guimarães.
Ele se disse honrado pelas demonstrações de esforço e pelas repetidas declarações de compromisso com o prazo contratual por parte das empresas e do governo na obra do Marechal Rondon, mas cobrou resultados. "Não adianta trabalhar só com intenções. O que queremos é que o contrato seja cumprido", declarou.
Vistorias
Em uma semana, esta é a segunda visita de um ministro do governo federal a Cuiabá para averiguar andamento de obras da Copa. Na segunda-feira (20) foi a vez do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que verificou o andamento dos trabalhos no estádio Arena Pantanal ao lado do secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke. Na ocasião, ambos ouviram o governador Silval Barbosa (PMDB) assegurar que o estádio estará pronto no último prazo previsto, até meados de fevereiro.
Diante de Moreira Franco, a resposta do secretário Maurício Guimarães foi parecida. Ele afirmou que o governo e o Consórcio Marechal Rondon (que reúne as construtoras Engeglobal, Multimetal e Farol) têm "todas as condições de cumprir o cronograma de obras até abril".
Plano B'
Já o presidente do Consórcio, Robério Garcia, ironizou o "plano B" sugerido pela Infraero para aeroportos que não tivessem suas estruturas prontas para o evento da Fifa. Responsável pelos terminais do país, a Infraero anunciou que cogita a instalação de lonas refrigeradas no aeroporto de Cuiabá.
"Essa história da lona foi um erro geográfico. A lona é de outro lugar. Aqui a cobertura está toda pronta e vamos entregar em abril. Talvez a gente mande essa lona para Curitiba, para o estádio deles. Aqui, não precisa", declarou o empresário.
Ele explicou que, devido a adequações de projeto (situações que o ministro classificou de atrasos), o contrato celebrado para execução das obras foi aditivado em valor e prazo, chegando a aproximadamente R$ 80 milhões e adiando a entrega de dezembro para abril.
Do valor total do contrato, afirmou o empresário, o consórcio já teria desembolsado 60%. Este percentual só não é o mesmo da medição do projeto executado (atualmente de 40%) porque grande parte da obra consiste em instalação de equipamentos e sistemas, defendeu Garcia.
Ele garantiu, porém, que todo o aparato já foi adquirido e está em fase de instalação ou sendo transportado para Mato Grosso. Até agora, o consórcio recebeu cerca de R$ 32 milhões de pagamento pelas medições da obra executada, informou o empresário.