Dunga é anunciado técnico da seleção, fala em mudanças e contesta rejeição
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Terça, 22 Julho 2014
| Gazeta Esportiva
A Confederação Brasileira de Futebol oficializou na manhã desta terça-feira a contratação de Dunga como técnico da Seleção Brasileira. O anúncio foi feito em conjunto pelo presidente José Maria Marin e o coordenador Gilmar Rinaldi, na nova sede da entidade, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Dunga volta ao comando da equipe nacional quatro anos após a eliminação na Copa do Mundo da África do Sul. A derrota para a Holanda nas quartas de final de 2010, de virada, pôs fim a um ciclo de quatro anos iniciado pelo ex-volante justamente depois da edição anterior do torneio, na qual o Brasil havia caído na mesma fase, para a França, na Alemanha, sob comando de Carlos Alberto Parreira.
Para contestar a rejeição da opinião pública a seu nome como substituto de Luiz Felipe Scolari, atestada através de resultados muito parecidos de diferentes enquetes e pesquisas, Dunga usou do mesmo expediente. Ele lançou mão de números da primeira passagem pelo time nacional.
Informado de que a média de reprovação foi de 70% a 80% - na enquete da Gazeta Esportiva, o resultado parcial é de aproximadamente 76% contrários ao seu retorno –, o treinador lembrou que teve rendimento positivo nos quatro anos de trabalho, com 42 vitórias, 12 empates e seis derrotas (76,6% de aproveitamento).
"Respeito todas as enquetes, de todos os sites, mas, na minha vinda ao Rio de Janeiro e na minha ida a São Paulo, também vi pessoas que me apoiam. É, mais ou menos, como uma eleição. Nem sempre o candidato favorito das pesquisas é que ganha. Tenho que buscar força, energia, nos 20 e poucos por cento que estão ao meu favor. Se os 76% de aproveitamento não foram suficientes, quer dizer que vou ter que fazer muito mais para conquistar essas pessoas", disse.
"Na minha vida, nunca me preocupei com o que vai se falar de mim. Eu me preocupo com minhas ações, em ter o respeito das pessoas que trabalham juntamente comigo. Fico feliz de ter de novo essa oportunidade, pelo convite e a confiança que a CBF está tendo no meu trabalho. Agora é trabalhar para obter os resultados", defendeu-se.
Grande parte da rejeição a Dunga se deve ao fracasso na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, quando o Brasil foi eliminado nas quartas de final pela Holanda. Antes disso, apesar da derrota na semifinal olímpica de 2008, ele havia conquistado dois títulos (Copa América de 207 e Copa das Confederações de 2009).
O primeiro compromisso do treinador à frente da equipe nacional será em 5 de setembro, em amistoso contra a Colômbia, em Miami. Quatro dias depois, ainda nos Estados Unidos, mas em Nova Jersey, o adversário será o Equador.
Na primeira passagem, o treinador conquistou dois títulos (Copa América de 2007 e Copa das Confederações de 2009), foi vencido pela Argentina na semifinal olímpica de 2008 e garantiu classificação para o Mundial sem sobressaltos, na liderança das Eliminatórias. Ao todo, disputou 60 jogos, com aproveitamento de 76,6% (42 vitórias, 12 empates e seis derrotas).
Entre sua demissão (em julho de 2006) e seu retorno, outros dois gaúchos passaram pela Seleção. O primeiro deles, seu substituto, foi Mano Menezes, que encaminhou uma renovação antes de ser demitido em novembro de 2012 e trocado por Luiz Felipe Scolari. Foi Felipão, campeão mundial de 2002, o escolhido para liderar o time na Copa a ser disputada no Brasil.
A campanha do técnico pentacampeão, no entanto, resultou em fracasso. A equipe até passou pelas quartas – o que não ocorria desde seu primeiro trabalho -, mas sofreu o maior vexame em cem anos de história ao ser goleada pela Alemanha por 7 a 1, na semifinal. Na disputa pelo terceiro lugar, outro revés significativo: 3 a 0 para a Holanda. Dias depois, toda a comissão técnica foi dissolvida.
A primeira mudança anunciada pela CBF foi a nomeação do ex-goleiro Gilmar Rinaldi, que atuava até então como empresário de jogadores, como coordenador de seleções, na quinta-feira passada. Rinaldi foi reserva no título mundial de 1994, cuja parte final da campanha teve Dunga como capitão e consequentemente o responsável por erguer o troféu.
Em sua volta à Seleção, Dunga terá quatro compromissos neste segundo semestre. Em 5 e 9 de setembro, o Brasil fará amistosos contra Colômbia e Equador, respectivamente em Miami e Nova Jersey, ambas nos Estados Unidos. Em 11 de outubro, o adversário será a Argentina, em Pequim, na China. Por fim, em 12 de novembro, haverá um duelo com a Turquia, em Istambul. A primeira competição oficial será a Copa América de 2015, no Chile.