Atleta Jangadense se divide entre Universidade e Vôlei de Praia
“A ideia de jogar voleibol veio naturalmente da família. Tenho duas irmãs mais velhas e ambas praticavam esse esporte. E minha irmã primogênita, a Cris, já participou de campeonatos representando Jangada e Cuiabá. Eu acompanhei ela desde pequena. Sempre me levava para o ginásio e brincava comigo. Então fui pegando esse hábito dela. Que desde pequenininha me ajudava e ensinava. Daí assimilei esse gosto”, conta Ana Carolina Vieira de Lima, de 19 anos.
Apelidada pelos amigos de Carol Vieira e pela família de ‘Nenê’, por ser a caçula, têm 1,68m de altura e 49kg. Começou a jogar vôlei de quadra aos 10 anos e aos 16 a disputar competições. Nasceu em Jangada (76km de Cuiabá) e, depois de representar o município em campeonatos, ganhou bolsa de estudos no Colégio Coração de Jesus e foi morar e jogar pela capital. Hoje, aos 19 anos, com idade acima da permitida nas disputas escolares, se dedica ao Vôlei de Praia.
“Depois que completei o ensino médio mudei definitivamente da quadra para a areia. E faço faculdade de Medicina Veterinária numa Universidade de Cuiabá. Isso também veio da vivência familiar. Pois já morei em fazenda e isso me deixou apegada em animais. Agora me entrego para essas duas atividades. Mas confesso que a prioridade é a faculdade. O curso é integral e estudo sempre que posso”, explica a desportista.
Carol joga na posição de fundo de quadra. Que é especializada nos fundamentos básicos de defesa e recepção. Ela participou do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia Sub19 (em 2014) e, neste ano, já integrou duas etapas do Circuito no Sub21, em Uberlândia (MG) e em João Pessoa (PB). E ainda vai para a última etapa que será de 29 de outubro até 01 de novembro, em Manaus (AM). A dupla dela é a Sabrina Groth, uma menina de 15 anos, da cidade de Sinop.
“Passei a infância jogando voleibol. A minha mãe até dizia que ia mandar uma mala de roupas para o ginásio. E jogava na rua, em frente de casa, com vizinhos e amigos de infância. Além disso, é claro, também gostava de brincar de boneca e de esconde-esconde. A bolsa de estudos que conquistei no Colégio Coração de Jesus, em Cuiabá, foi por méritos no esporte. O educador físico da escola, George Sampaio, que me viu e fez um teste, que passei”, fala Carol.
Na quarta etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, ocorrida em João Pessoa (PB), no mês de agosto, Carol Vieira e Sabrina Groth disputaram duas partidas. Venceram o Rio Grande do Norte por dois sets a zero, com parciais de 21/17 e 21/18. E perderam para o Ceará por dois sets a zero, com parciais de 18/21 e 16/21. Elas precisam ampliar os resultados na próxima fase para se classificarem entre as 15 melhores duplas do país.
“O ritmo de treinos varia conforme a faculdade. A medida que a época de provas se aproxima eles diminuem. Mas nas férias, por exemplo, a preparação é diária. Então muda de dois a três treinos por semana até todos os dias. Faço treino tático com bola, na parte da manhã, em uma quadra de vôlei de praia. E de tarde têm a musculação numa academia. E é ai que entra a participação da Federação Mato-grossense de Vôlei (FMTV), que cobre esses gastos”, diz Carol.
Para a atleta as duas atividades, o esporte e a faculdade, envolvem sacrifícios. Segundo ela, por incontáveis vezes precisou abrir mão de ir para a casa da mãe ou do pai para treinar ou estudar. “Já deixei de passar o aniversário da minha mãe com ela e também o dia dos pais com meu pai”, disse emocionada. Mas ela acredita que as dificuldades serão recompensadas no futuro. Seja se destacando no Vôlei de Praia ou na vida profissional de um Médico Veterinário.