Coronel diz que mais policiais e viaturas nas ruas não evitam crimes; solução é educação

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Domingo, 13 Outubro 2013 | GAZETA DIGITAL
Frustrando as expectativas de uma grande parcela da população mato-grossense que clama por mais policiais nas ruas para efetuar prisões e agir de forma repressiva contra criminosos, o coronel Wilquerson Felizardo Sandes, chefe do Comando Regional 2, que engloba Várzea Grande e outros 6 municípios, diz que essa não é a solução para reduzir a criminalidade. “A política de prender não tem mais surtido efeito. As cadeias estão lotadas e os crimes continuam ocorrendo. Essa é uma cultura combativa e repressiva”, contrapôs ele em entrevista concedida ao Gazeta Digital nesta semana ressaltando que para atingir o problema na raiz é preciso que se adote uma cultura preventiva, o que não acontece hoje.

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Essa opinião do coronel, porém, não é aceita por uma grande parcela da sociedade e os motivos são inúmeros. A alta incidência de crimes de toda natureza, desde roubos, furtos, tráfico de drogas, estupros, homicídios e o fato de os criminosos não ficarem presos por muito tempo devido as brechas e interpretações que as leis permitem, contribui para sensação de insegurança que assola não só as cidades mato-grossenses, mas municípios em todo o país. Dessa forma, quando a imprensa noticia crimes praticados com requintes de crueldade que chocam a população, é comum ver moradores e familiares fazendo protestos, pedindo penas mais duras e cobrando mais policiamento nas ruas.
Falando especificamente de Várzea Grande, onde está em discussão, por parte do Legislativo e com aval da Polícia Militar, uma proposta de proibir o comércio de bebidas alcoólicas entre às 22h e 6h para reduzir os crimes contra a vida, é de conhecimento público que a frota reduzida de viaturas e o baixo contingente de policiais nas ruas não atendem toda a cidade a contento. Mas o coronel Wilquerson evita falar no assunto e não divulga qual é número de policiais hoje nas ruas e nem qual seria o ideal. Ele desconversa e diz que “isso não é de interesse público, é uma questão de estratégia da Segurança Pública”. Por isso não comenta o assunto e nem tece críticas que na prática atingiriam diretamente o governo do Estado.
Para sustentar sua tese de que mais policiais nas ruas e uma ação mais repressiva não resolvem o problema ele cita 3 fatores, que seriam, em sua opinião, determinantes para mudar o atual cenário de “insegurança pública” que os cidadãos vivenciam. A 1ª medida segundo ele, seria o ensino integral nas escolas para ocupar o tempo dos alunos e fornecer uma formação cidadã que vai além do ensino formal que é oferecido hoje.
Em 2º lugar, ele aponta a necessidade de disciplinar os bares e estabelecimentos que ficam abertos nas madrugadas servindo de ponto de encontro para consumo de álcool e drogas. Por isso é favorável à iniciativa do vereador Pery Taborelli (PV) que pretende propor em breve um projeto de lei com esse teor. Questionado sobre o fato de um alto percentual de crimes de homicídio ocorridos nas madrugadas estarem diretamente ligados a execuções envolvendo divídas drogas por parte de viciados e traficantes e não necessarimaente ao consumo de ácool, ele concorda, mas afirma que esses bares, onde os frequentadores passam noites e madrugadas bebendo e jogando também são pontos de uso e venda de entorpecentes.
E como 3º fator capaz de reduzir a violência, o oficial da Polícia Militar aponta as famílias devem assumir para si a responsabilidade de educar os filhos e não deixar essa missão apenas para os professores, apenas para as escolas. “Hoje os pais trabalham, as mães trabalham e ficam sem tempo para educar, conversar e ensinar aos filhos o que é certo ou errado. Depositam essa função aos professores e sabemos que essa responsabilidade é dos pais”, ressalta Wilquerson Sandes.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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