Presidente da Ager diz sofrer ameaças por combater sonegação fiscal e pede proteção policial governo de MT

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Terça, 03 Março 2020 | G1 MT
O presidente da Agência Estadual dos Serviços Públicos Delegados (Ager) afirmou que empresas do transporte intermunicipal sonegam mais de R$ 500 mil por mês e que, por causa do trabalho de combate à sonegação fiscal e preços abusivos das passagens de ônibus, está sendo ameaçado. Fábio Calmon pediu proteção policial ao Governo de Mato Grosso.
O governo informou que a solicitação foi encaminhada à Casa Civil e Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) para que seja fornecido parecer que embase a decisão do governador, e informou ainda que não há prazos para que isso aconteça.
Essa é a segunda vez que o presidente da Ager pede proteção ao governo por se sentir ameaçado.
No documento enviado ao estado, ele diz que tem feito ações para eliminar a existência de uma possível máfia dos transportes e, por isso, precisaria de proteção.
“Infelizmente uma das diretoras não aguentou essas ameaças que começaram desde ligações até recados dizendo: 'Toma cuidado. Começa usar colete à prova de bala'. Ela pediu para sair com medo de morrer. Essas ameaças começaram a circular não só à minha equipe, como a mim também”, contou.
Fábio disse que já registrou dois boletins de ocorrência devido às ameaças.
Desde que assumiu a presidência de Ager, em julho de 2018, Fábio contou que encontrou passagens com preços abusivos, péssima qualidade do transporte e sonegação fiscal.
“A sonegação detectada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), por ano, ela é em torno de R$ 40 milhões a R$ 50 milhões. No entanto, a estimativa é de muito mais. As empresas que assinaram os contratos em 2019, em um mês, pagaram o que outras empresas não pagaram em cinco anos”, disse.
O auxiliar de eletricista Reinaldo Sobral é de Sapezal, a 473 km de Cuiabá, e contou que o valor da passagem da cidade onde mora para a capital oscila muito.
“Era bom ter um preço fixo para não passarmos por desacordos, porque às vezes falam que está R$ 130 e quando chego para comprar está R$ 140”, disse.
A concessão do Terminal Rodoviário de Cuiabá se arrasta há, pelo menos, 10 anos. Para o presidente da Ager essa demora pode ser indício de interesse.
“O prazo inspirou há 10 anos e, por isso, a luta é tão grande. O Ministério Público vem entrando com ações e tentando combater essa corrupção desde 1999. Muita coisa se efetivou somente em 2019”, avaliou.
Fábio explicou que as ameaças contra e ele e também contra a ex-secretária dele se intensificaram após colaborarem com as investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco-MT).
“Estou levando tudo que vem acontecendo no dia a dia. Não deixo nada comigo, sempre informo aos órgão de controle”
O presidente disse que aguarda resposta do governo. “Acredito que a Casa Militar que analisa esses pedidos vai olhar isso com atenção, pois a gente tem que tomar cuidado, não se intimidar e continuar fazendo a coisa certa”, ressaltou.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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