Mato Grosso tem 151 médicos infectados com Covid-19 e duas mortes
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Segunda, 29 Junho 2020
| OlharDireto
Desde o inicio da pandemia, 151 médicos contraíram o coronavírus e dois morreram em decorrência da doença, segundo levantamento do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM). Conforme o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed/MT), as condições que os profissionais trabalham é crítica.
“O quadro deve se agravar já que os médicos estão atendendo pacientes em salas sem ventilação adequada para diminuir a transmissibilidade do vírus, consultórios com janelas que muitas vezes dão para corredores dentro do próprio estabelecimento de saúde, isso tudo torna as unidades de saúde um lugar "perigoso", muito insalubre”, alerta o diretor de comunicação do Sindicato, Adeildo Lucena.
Em reunião com a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, discutiu-se a ideia de se atender pacientes em tendas que teriam a ventilação necessária para evitar que mais profissionais de saúde e pacientes sejam expostos ao vírus.
“Outra sugestão é se colocar equipes para monitorar os pacientes. E seria necessário que realmente o poder público disponibilizasse os medicamentos ([vitamina D, zinco, prednisona, ivermectina, Azitromicina,, nitazoxamida, Enoxaparina e hidroxicloroquina) para as pessoas independente da classe social ou de ter o atendimento na UPA ou em um hospital para tratar no início impedindo que o quadro se agrave para evitar novas internações, já que estamos com 94% da taxa de ocupação de UTIs em Mato Grosso, um colapso. Não é só atender e medicar. Se faz necessário acompanhar os pacientes suspeitos ou já confirmados. A coordenação dos cuidados é muito importante para se antecipar o agravamento dos casos. Com uma coordenação adequada isso pode ser feito na atenção primária, que dispõe de profissionais competentes e comprometidos. Só precisam de proteção e condições de trabalho. Médicos têm, o que falta é gestão”, sugere Adeildo.
Adeildo também relatou a falta de medicamentos. “Nenhuma unidade de saúde de Cuiabá possui os medicamentos e não tenho notícias que já existiram alguma vez. Tem muitos médicos prescrevendo precocemente esses medicamentos, mas os pacientes não encontram nem nas farmácias. Quando muito conseguem mandando manipular”, afirma Adeildo Lucena, diretor de Comunicação do Sindimed.
O Sindimed alerta que se medidas não forem tomadas, a população vai sofrer mais ainda, visto que um médico a menos na linha de frente gera mais lentidão no atendimento e lotação nas unidades de saúde. “Esse é o momento de pensar em diminuir a transmissão, não podemos deixar a população sem atendimento, mas os profissionais de saúde não podem trabalhar infectados e se tornarem vetores do Covid-19. Nós nos formamos para salvar vidas, mas não deixamos de ser humanos suscetíveis a esse vírus como qualquer pessoa”, desabafa o médico.