Médico de Poconé é vacinado nos EUA e critica onda negacionista

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Sexta, 08 Janeiro 2021 | FolhaMax
O médico poconeano Wagner Vaz Guimarães, de 43 anos, vive no Texas, nos Estados Unidos, há quatro anos, e foi um dos profissionais da saúde a receber a segunda dose da vacina Pfizer, contra a Covid-19, nesta sexta-feira (8). 
Ao MidiaNews, Wagner, que atua na linha de frente, comemorou os resultados da vacina CoronaVac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantã. O Governo de São Paulo divulgou ontem que a vacina possui 78% de eficácia em casos graves e 100% em pacientes graves. 
“É muito gratificante que no Brasil já tenha essa vacina, já é um bom começo e espero que seja aprovada. Fico feliz, esperamos que a população seja vacinada, tenho família no Brasil. Mas o mais importante que a vacina seja fabricada no país são os custos de não ter que importar. [A importação] vai custar muito caro e vai demorar para chegar, porque aqui também não tem para todos. No Brasil chegaria quando? Ninguém sabe”, disse.
Wagner, por exemplo, deveria ter tomado a segunda dose da vacina ontem, mas teve o procedimento adiado para hoje por falta de doses disponíveis. 
A vacina não é para trocar DNA ou monitorar a população. O Governo dá essa informação negacionista e piora a situação
“Recebi a primeira dose em dezembro. No momento, a vacinação está sendo prioritária para os profissionais da saúde. Todos que trabalham em hospitais, sejam médicos, enfermeiros, técnicos, administrativos ou limpeza, todos estão recebendo”. 
Efeitos colaterais 
O médico explicou que não teve efeitos colaterais causados pela vacina contra Covid-19, a não ser dor no braço na região onde foi aplicada. 
Após a vacinação, eles são observados durante 15 minutos, como parte do protocolo. A previsão é de que idosos com mais de 65 anos comecem a ser vacinados até fevereiro nos EUA. 
“São várias cadeiras separadas e ficamos sendo observados caso alguém manifeste efeito colateral, principalmente anafilaxia (reação alérgica aguda)", explicou.
Wagner também ressaltou que a primeira dose da vacina tem efeito de proteção de 30%, que aumenta para 95% após a segunda. Além disso, nas primeiras duas semanas, mesmo vacinada, a pessoa pode ser infectada pelo novo coronavírus. 
“Por isso, deve continuar com as medidas de proteção, como usar máscara e lavar as mãos, mesmo tomando a vacina, é muito importante. Porque nesses 14 dias você pode se infectar igual aqueles que ainda não tomaram”, afirmou.
Movimento antivacina 
O profissional da saúde alertou sobre os riscos da onda negacionista em torno da gravidade da pandemia da Covid-19 e da vacinação contra a doença. Para ele, sem ajuda do Governo, a situação no Brasil tende a piorar. 
“Voltando há alguns meses, os EUA estava igual. O presidente Donald Trump estava se lixando para a Covid-19, mas isso já mudou bastante aqui, apesar do negacionismo continuar. Muitas pessoas não vão tomar a vacina. Muitos não tomavam a da Influenza todo ano", disse.
Arquivo Pessoal
WAGNER VAZ VACINA COVID
O médico poconeano Wagner Vaz Guimarães: vacinado contra Covid
Aos que acreditam que a Covid-19 é uma “invenção”, o médico alertou que não é possível prever as complicações geradas pela doença. 
Sobre a gravidade da Covid, Wagner explicou que é comum ver pacientes chegando com saturação normal, mas acabam precisando de intubação de forma repentina.
“Temos visto com a Covid-19 o problema de coagulação, tem pessoas que chegam com AVC, tem pessoas que já perderam membros do corpo, outras que têm complicações da doença, como perfuração do intestino. A maioria dos casos que chegam no hospital acabam necessitando de vários dias de oxigênio e muitos são intubados”, contou.
Sobre o presidente Bolsonaro se referir a doença como “gripezinha”, no ano passado, o médico contou que em casos graves, os pacientes se assemelham a “peixes fora d’água”, por conta da falta de oxigênio. 
"A vacina não é para trocar DNA ou monitorar a população. Muitas pessoas não possuem acesso à educação, então o Governo dá essa informação negacionista e piora a situação, criando essa onda daqueles que não querem ser vacinados”., completou.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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