Se você já fica contente ao achar dinheiro perdido nos bolsos das roupas, vai ficar ainda mais satisfeito se descobrir que tem recursos esquecidos em contas bancárias. A princípio pode parecer estranho, “esquecer dinheiro? Como assim?”. Mas isso é muito comum, como explica a economista Edijeide Freitas.
Essa semana o Banco Central liberou canal para que o consumidor consulte se tem dinheiro a receber em bancos brasileiros. Por contra do alto volume de acessos ao Sistema Valores a Receber (SVR), a página apresentou instabilidade e a visita foi suspensa temporariamente.
Segundo o Banco Central, cerca de R$ 8 bilhões estão sob a posse de instituições financeiras e precisam ser devolvidos a pessoas físicas ou jurídicas.
“Essa é uma situação meio normal. As pessoas abrem conta corrente, de investimento ou até poupança e esquecem que abriram. Tem aquele depósito inicial para movimentar a conta e ela não volta mais. Ou compra alguma coisa pré-paga. Teve uma época que as empresas abriam conta de cartões corporativos com crédito para alimentação, viagens e afins e esse saldo fica. Não vão lá para zerar a conta, simplesmente param de movimentar”, esclarece a especialista.
A economista explica que esses valores dos correntistas entram no balanço do banco. As vezes ele consta como como dinheiro disponível a qualquer momento ou fica bloqueado por falta de movimentação. Porém, há o custo de custódia no caso das aplicações e, para evitar gastos desnecessários, as instituições estão devolvendo os recursos.
“Hoje esse recurso esta disponível com juros. Compensa muito consultar pelo CPF se tem saldo ou não e sacar. É um dinheiro seu. Tem um saldo enorme nessas contas acumulado”, argumenta.
Conforme a economista, o BC era informado pelos bancos sobre o dinheiro parado, porém agora há um sistema centralizado que permite o monitoramento dessas contas. Desse modo, a consulta é aberta e as instituições têm que devolver o dinheiro do cliente. Anos atrás existia multa por conta não movimentada que ao ser descontada acabava cobrando todo o dinheiro que o correntista ainda tinha a receber, no fim não sobrava nada a ser sacado.
“Tem também as cobranças indevidas de tarifas e taxas, que o BC exige a devolução do dinheiro ao correntista. O BC, dessa maneira, fará ‘justiça ‘ para os correntista e aplicadores”, relata.