Vendedor parou para almoçar e viu o carro dele com boliviano, em San Matias.Acompanhado de um amigo, o vendedor Reginaldo Souza de Oliveira se arriscou a ir até a Bolívia para tentar recuperar o seu veículo que havia sido roubado, no Bairro Tijucal, em Cuiabá, onde ele mora, em novembro do ano passado. Depois de não obter sucesso na procura, os dois fizeram uma pausa para o almoço e, nisso, um boliviano estacionou a Saveiro na frente do restaurante onde eles estavam, em San Matias.
Reginaldo contou que, em novembro, foi a terceira vez que teve o carro roubado em 2013. Como o carro não tinha seguro, ele conversou com o amigo, cujo filho faz faculdade na Bolívia, e decidiu ir a Bolívia ao imaginar que o veículo pudesse ter sido levado para o país vizinho. O carro foi levado quando ele chegada em casa. "Três homens pararam de carro e um deles desceu armado, anunciando o assalto. Ele pediu a chave e o documento e andou que eu saísse do carro", afirmou.
Fazia seis meses que ele estava com o veículo. Antes disso, em janeiro do ano passado, teve outro carro roubado. "Tinha sete anos que trabalhava nessa empresa de cerveja e fizeram o acerto comigo. Daí peguei o dinheiro e comprei o carro que sempre sonhei ter, mas, depois de sete meses, quando chegava em casa me abordaram e levaram o veículo. Só que como ele tinha seguro, recebi o dinheiro e comprei um carro mais simples, achando que não seria visado", disse.
Porém, ao fazer o seguro do veículo, Reginaldo disse ter se assustado, pois o valor era mais caro do que o do anterior. Desse modo, desistiu de pagar o seguro e instalou somente alarme e trava antifurto, com sensor. O segundo roubo ocorreu em outubro do ano passado, quando foi abordado em uma rua do Bairro Pedra 90, na região do Coxipó, na capital. Desta vez, porém, o veículo andou por alguns quilômetros e o carro travou por causa desse sistema. Com isso, foi possível recuperar o veículo.
Da próxima vez, entretanto, os criminosos, possivelmente já sabendo disso, foram até a residência do vendedor e exigiram inclusive o controle desse sistema. Os criminosos conseguiram fugir sem que as rodas do carro travassem. Daí então começou a saga de Reginaldo na tentativa de localizar o veículo. "Fiz cartazes oferecendo recompensa de R$ 4 mil e espalhei por todo o Mato Grosso, mas o carro não foi encontrado", disse.
Na esperança de recuperar o carro, ele ofereceu ao amigo o dinheiro do combustível para que fosse com ele à Bolívia. "Depois que vimos o carro saindo do restaurante, tentamos seguí-lo e tirei uma foto dele", contou. Reginaldo procurou a polícia boliviana e disse ter oferecido recompensa caso apreendessem o veículo, que já estava com placas da Bolívia. Depois voltou para Cuiabá, no último domingo (19) e, por orientação de uma irmã dele, acionou os policiais do Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron).
Junto com os policiais do Gefron, ele retornou à Bolívia na segunda-feira (20) e quando chegaram na polícia daquele país o carro já havia sido apreendido. Por intermédio dos policiais do Gefron, mesmo sem o documento do veículo, que tinha sido levado pelos assaltantes, Reginaldo pagou uma taxa exigida pela polícia boliviana e recuperou o veículo. "Fiquei muito grato aos policiais do Gefron que me ajudaram. Até ofereci recompensa, mas eles não aceitaram, dizendo que só tinham feito o trabalho deles", citou.