MT lidera casos de conflitos por terra em 2021 no Centro-Oeste, diz CPT

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Quarta, 24 Agosto 2022 | G1MT
Pelo segundo ano consecutivo, Mato Grosso aparece em primeiro lugar em número de conflitos por terra no Centro-Oeste, em 2021. Os dados são da 36ª edição do relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que foram divulgados nesta terça-feira (23), em Cuiabá.
O relatório reúne informações sobre os conflitos e violências sofridas no ano passado por trabalhadores do campo, como indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais. 
Segundo o documento, foram registradas 108 ocorrências de conflitos no campo em Mato Grosso, envolvendo 13.030 famílias. Deste total, cerca de 240 famílias foram expulsas por pistoleiros das terras onde viviam e 150 foram despejadas pela Justiça.
Alvos da violência  
O documento ainda mostra que as pessoas que mais sofreram com os conflitos por terra em 2021 no estado foram os povos indígenas (48 conflitos), sem-terra (11) e assentados (8 casos). 
Já os principais causadores de conflitos, segundo o relatório, foram os fazendeiros, responsáveis por 15 casos, seguidos por grileiros (11 casos), madeireiros (9), e o governo federal (7).
O coordenador regional da CPT, Welligton Douglas, afirmou que os dados mostram as pressões que esses grupos vêm enfrentando.  
“Por ter uma grande predominância em Mato Grosso do agronegócio, produção de soja, esses grupos vêm encarando um grande enfrentamento. No estado, os conflitos foram mais em territórios indígenas, mas também aconteceram invasões em assentamentos”, declarou.
Mato Grosso lidera, no Centro-Oeste, as categorias de violência contra a pessoa ou à posse em:  
Conflitos no campo 
Famílias envolvidas nos conflitos no campo 
Desmatamento ilegal 
Despejo judicial 
Contaminação por agrotóxicos 
Destruição de pertences 
Ações de pistolagem 
Invasão de territórios das comunidades 
Impedimento de acesso a áreas de uso coletivo das comunidades 
 
Elevação da violência  
A partir da análise dos dados de conflitos no campo em 2021, a CPT aponta que diminuiu a violência contra as pessoas, apesar dos números continuarem em um patamar elevado. Porém, aumentou a violência contra as ocupações e posses das famílias.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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