A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu nesta segunda-feira (13) condenação da pedagoga Josiany Duque Gomes Simas e da empresa Primavera Tur Transporte Eireli ME, por financiarem atos golpistas nas sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. De acordo com a AGU, 54 pessoas, uma associação, um sindicato e três empresas devem ressarcir R$ 20,7 milhões aos cofres públicos.
Esse é o primeiro pedido de condenação definitiva após investigação dos atos golpistas. Ao todo, a AGU já acionou 178 pessoas na Justiça. Na ação, a AGU afirma que houve uma articulação prévia para convocação de atos não pacíficos e de tomada de poder.
O g1 tentou contato com a pedagoga, mas não obteve retorno até a última publicação desta reportagem. Já a empresa, não quis se manifestar a respeito.
O valor do prejuízo foi calculado a partir de dados apresentados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto, Câmara dos Deputados e Senado Federal, alvos dos bolsonaristas radicais.
Quatro dias após os atos golpistas, a AGU divulgou os nomes de pessoas que financiaram o transporte dos envolvidos nos atos. A pedagoga Josiany Duque Gomes Simas consta na lista. Ela concorreu como deputada federal em duas eleições.
Nas redes sociais, a pedagoga se declara apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro e posta frases com jargões usados na campanha dele, como “Deus, Pátria, Família e Liberdade”. Ela também posta vídeos e fotos em manifestações realizadas em Cuiabá a favor do político.
Ela também concorreu às eleições de 2018 e 2022 ao cargo de deputada federal. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral, no primeiro pleito, ela estava filiada ao Partido Pátria Livre (PPL) e declarava ter recebido, no total líquido de recursos, R$ 4.694,48 para campanha.
A empresa Primavera Tur Transporte EIRELI, sediada em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, também foi citada na lista. A empresa transportou passageiros até Brasília no dia 8 de janeiro.
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