Nos últimos dias, um aviso de massa de ar quente tem assustado os mato-grossenses, já que as temperaturas podem atingir os 45ºC, conforme o MetSul. Exposição do corpo ao calor extremo pode causar diversas condições adversas, como morte por hipertermia, infartos, tontura, tornozelos inchados e frequência cardíaca alta. preparou uma lista de cuidados nesses dias de altas temperaturas.
De acordo com a Organização Mundial (OMS), os horários de pico do calor - período da tarde -, oferecem riscos à saúde, principalmente para os grupos prioritários, como crianças, idosos ou que possuem alguma doença.
Segundo o Ministério da Saúde, o calor excessivo causa cansaço, taquicardia, mortes por hipertermia, infartos, derrames, agrava problemas cardíacos, desmaios, inchaços e tonturas. Todos esses sintomas são chamados de “estresse térmico”. Podem afetar também órgãos, como o cérebro, rins e pulmões.
Ministério dá dicas de como deixar a casa ou serviço umidificado, como evitar a entrada do calor no local, deixando janelas e cortinas que ficam mais expostas à luz do sol fechadas. Elas podem ser abertas durante a noite. Utilizar sempre umidificador ou baldes com água, estender toalhas molhadas pelo ambiente, estar sempre molhando o quintal e a calçada se possível.
Já para o corpo humano, as indicações do Ministério da Saúde são as básicas:
- beba bastante água;
- usar roupas largas e chapéu para proteger a cabeça;
- andar pela sombra;
- não ficar exposto ao sol nos horários de 10h às 16h;
- tomar banhos frios;
- evitar o uso de bebida alcoólica e cafeína – contribuem para desidratação;
- usar protetor solar;
Por que essa onda de calor?
Professor de Climatologia do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), doutor Rodrigo Marques, explicou que o aviso tem fundamento, já que um bloqueio atmosférico sobre a Argentina impede que frentes frias cheguem ao território brasileiro. Portanto, uma massa de ar quente está estagnada sobre grande parte do Brasil central, incluindo Cuiabá.
Para ele, Cuiabá vai ultrapassar a maior temperatura já registrada, que foi 44ºC, no dia 30 de setembro de 2020. Rodrigo explicou que o índice de calor é a sensação de calor que tem da temperatura na sombra e depende da umidade relativa.
“Por exemplo, vamos pegar a maior temperatura já registrada em Cuiabá que foi de 44°C, se a umidade relativa for de 30%, a intensidade de calor sentida pode chegar a 52°C. Quanto maior a umidade, maior a sensação de desconforto, por exemplo, 44°C com umidade relativa de 40%, a intensidade de calor sentida pode chegar a 60°C”, explicou.
Sobre comparações de datas anteriores quentes, o professor disse que quando se trata do clima, o adequado é comparar com a última temperatura “normal” e não o último ano. Para saber se setembro 2023 superou o de 2020, é necessário que se encerre o mês. Em setembro de 2020, no dia 30, Cuiabá registrou 44ºC – a maior já registrada desde 1912 -, e somente 10 dias do mês não atingiram, pelo menos, 40ºC.
“Geralmente quando temos estes extremos de calor, isto está ligado ao ar quente que fica parado sobre nossa região não sendo quebrado pelas entradas de frentes frias. As frentes frias têm papel importante para amenizar o calor, aumentar a umidade do ar, e podendo inclusive causar chuvas, amenizando nossa estação seca”, finalizou Rodrigo.