STJ mantém prisão de traficante que arrancou coração de rival em Rosário Oeste

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Quarta, 20 Dezembro 2023 | Pagina1
O Superior Tribunal de Justiça manteve a prisão preventiva de Genoilton Domingos dos Santos, conhecido como “Gene”, integrante do Comando Vermelho em Mato Grosso que no dia 9 de maio de 2020 torturou e matou Thailson Silva de Morais, membro da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), em um lixão em Rosário Oeste (103 km de Cuiabá). Na ocasião, o coração da vítima foi arrancado e um vídeo exibido nas redes sociais.
A decisão do ministro Ribeiro Dantas foi dada no dia 15 deste mês. O magistrado entendeu que não há vícios na fundamentação colegiada do Tribunal de Justiça que manteve a prisão preventiva, ressaltando a necessidade de garantia da ordem pública e preservação à instrução criminal.
Conforme as investigações da Polícia Civil e denúncia do Ministério Público de Mato Grosso, o crime foi motivado por disputa de território entre as facções Comando Vermelho e o PCC.
O criminoso João Paulo planejou a execução de Thaison por vingança, uma vez que a vítima teria tentado matá-lo anteriormente.
No dia do crime, João Paulo atraiu Thaison até um barraco nos fundos da residência dos outros de outros dois criminosos, onde a vítima foi amarrada e torturada.
Os membros do CV filmaram toda a ação, inclusive quando um dos três criminosos desferiu uma facada no joelho da vítima, dizendo: “Eu vou abrir você, eu vou arrancar seu coração vivo, você vai ver eu arrancando seu coração”. O vídeo foi divulgado nas redes sociais.
Na sequência os criminosos levaram Thaison até o lixão da cidade e utilizaram instrumento pérfuro cortante para abrir o abdômen dele. Em um novo vídeo, exibiram a vítima morta, com as mãos amarradas e vísceras expostas.
“Com extrema frieza e malvadeza um dos denunciados, incentivado pelos demais, enfia a mão e os braços dentro do abdômen e região torácica da vítima, com intuito de retirar-lhe o coração para demonstrar a potencialidade cruel com que agem contra seus rivais”, consta na denúncia.
Simultaneamente, os criminosos proferiam dizeres em ameaça a outros integrantes da facção concorrente.
O corpo da vítima foi encontrado no lixão horas depois do crime, quando começaram as investigações e foram identificadas as vozes dos vídeos como sendo dos criminosos.
Policiais foram à residência de João Paulo, onde apreenderam drogas, balança de precisão, anotações com nome de traficantes e diversos comprovantes bancários.
Conforme as investigações, ele é o responsável por cobrar e receber uma taxa imposta pelo Comando Vermelho dos pequenos traficantes do município e remeter aos superiores.
No barraco dos criminosos Genoilton e Genilto, os investigadores encontraram os vestígios da tortura e confirmaram ser o mesmo local da filmagem divulgada pelos criminosos.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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