O tradicional churrasco de fim de ano dos mato-grossenses pode sair mais caro em 2024. O preço da carne bovina continua em alta no estado, influenciado por recordes de exportação, menor oferta de animais para abate e aumento nos custos de produção. Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a arroba do boi gordo fechou o ano com média de R$ 229,26, registrando alta de 3,48% em comparação com o ano passado.
Para quem já está planejando as celebrações de Natal e Ano Novo, a notícia preocupa. Cortes tradicionais do churrasco, como picanha, alcatra e costela, apresentam os maiores aumentos.
A valorização se deve, principalmente, ao crescimento da demanda externa. "A exportação de carne bovina mato-grossense alcançou 700,52 mil toneladas até novembro, um aumento de 29,35% no volume em relação a 2023", destaca o relatório do IMEA. Países do Oriente Médio e a menor produção de carne nos Estados Unidos têm impulsionado os embarques brasileiros, diminuindo a oferta de carne no mercado interno.
Além disso, o cenário de retenção de matrizes (fêmeas) para reprodução e a escassez de bezerros têm elevado os custos ao longo da cadeia produtiva. O resultado? Os frigoríficos repassam os aumentos ao consumidor final, o que se reflete diretamente nas prateleiras dos açougues e supermercados.
Especialistas indicam que a tendência é de que os preços permaneçam altos no início de 2025. Segundo o IMEA, com o menor abate de fêmeas e a retenção de matrizes, a oferta de boi gordo deve ser ainda mais limitada, pressionando o mercado.
"O ciclo pecuário está entrando em uma fase de alta. A redução no número de abates deve manter os preços elevados, tanto para produtores quanto para os consumidores", explica a economista Bárbara Simioni, do IMEA.
Diante do cenário, as opções de proteínas alternativas, como carne suína e frango, devem ganhar espaço nas mesas das famílias mato-grossenses. A busca por preços mais acessíveis já é percebida nos açougues, que registram aumento na venda desses produtos.