Ferrovia que ligará os oceanos Pacífico e Atlântico pode passar por Mato Grosso

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Terça, 12 Maio 2015 | HipeNoticias
Mato Grosso deve ser rota de uma megaferrovia, com a construção de um corredor de trilhos entre Brasil e o Peru. A obra está orçada em R$ 30 bilhões e ligaria os Oceanos Atlântico e Pacífico.  De acordo com a reportagem do jornal Folha de São Paulo, nesta terã-feira (12), o Governo Federal incluirá trechos da ferrovia Transoceânica no plano de investimentos, que será anunciado em junho. Na próxima semana o ministro chinês Li Keqiang estará em Brasília para fechar parcerias com o Palácio do Planalto.
O plano é que empresas do país asiático participem dos futuros leilões para levar alguns trechos do pacote. De acordo com a matéria, os ministros e técnicos da Esplanada afirmaram que as negociações referentes a esse projeto já estariam avançadas, principalmente no trecho Campinorte, que liga Goiás a Lucas do Rio Verde. Este trecho é onde passa a maior parte da produção nacional de grãos.
Pelo desenho original, a Transoceânica começa no Rio de Janeiro, passando pelos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Acre, e seguiria para o Peru. A presidente Dilma argumentou que o trecho entre os dois países abriria uma saída para os produtos brasileiros pelo pacífico, tornando-os mais competitivos.
A soja brasileira, por exemplo, tem dois caminhos para chegar à China, sendo em Santos e em Belém. O primeiro deles são 30 dias de viagem pelo atlântico. O segundo são 35 dias saindo de Belém, via canal Panamá. Uma viagem do Peru a China leva prazo semelhante.
A grande diferença está no tempo entre a região produtora, Mato Grosso e o Porto. A China depende dos produtos agrícolas brasileiros, mas quer uma alternativa ao canal do Panamá, sob influência dos Estados Unidos.
A necessidade de uma rota concorrente acabou elevando o interesse pelo pacote de concessões para ferrovias de Dilma. Em 2013, Brasil, China e Peru já haviam assinado um memorado de entendimento nesse sentido. O objetivo agora é avançar um pouco mais e tentar fechar cronogramas para a realização de estudos técnicos.
Ainda conforme a reportagem, em julho de 2014, Dilma e o líder chinês Xi Jinping ratificaram a cooperação permitindo investimentos chineses em ferrovias brasileiras. A nova fase se dará por outorga onerosa, ao contrário do sistema adotado em 2012. No desenho antigo, que quase não despertou o interesse do setor privado, o Tesouro Nacional ajudava a bancar iniciativas, porém nos dias atuais não há recursos para isso.

Reprodução/Folha de São PauloReprodução/Folha de São Paulo

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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