VLT quebra 40% das empresas e dá prejuízo vergonhoso, diz JN

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Quinta, 01 Outubro 2015 | Jornal Nacional

Os moradores de Cuiabá são testemunhas de um desperdício revoltante, porque uma obra de R$ 1 bilhão para melhorar o transporte público foi abandonada. Era para passar um veículo leve sobre trilhos no local, mas não era bem o veículo do Benedito? "Um trem mais confortável, ar condicionado. Hoje, de bicicleta é mais difícil. Calor demais", disse Benedito de Souza, pedreiro.

Difícil também é desviar do amontoado de lixo que se transformou o canteiro de obras do VLT em Cuiabá. Dos 22 quilômetros previstos, sete foram colocados. Nunca levaram ninguém a lugar nenhum, e já estão até enferrujados.

O investimento era para a Copa do Mundo de 2014, com um valor inicial de quase R$1,5 bilhão. Mais de R$ 1 bilhão já foram pagos.

Em muitos trechos, além do lixo, o mato também já tomou conta do canteiro por onde passa os trilhos do VLT. Aliás, não só mato. Pela altura, dá para chamar de árvore, que não para de crescer. “É um descaso com o ser humano, com a população, porque não fizeram nem uma coisa, nem outra, ficou pior do que estava", reclamou Samuel Gomes, empresário.

Como não reclamar de tantos buracos, tapumes no lugar das calçadas, por causa da obra? Às margens das avenidas, ficam vários blocos de concreto e sempre tem alguém que esbarra num deles.

No município de Várzea Grande, perto do aeroporto, 40% do comércio às margens do canteiro de obras fecharam as portas. “Em alguns dos comércios, nós não temos acessibilidade. Foram feitos vários remanejamentos, tirando calçadas de empresas, teve empresário que teve que diminuir o tamanho da empresa”, afirmou Deivid Pintor, presidente da CDL.

Por enquanto, o governo do estado e o consórcio que venceu a licitação não se entendem. O governo diz que as empresas não fizeram a parte do serviço que já havia sido paga.

E as empresas dizem que o estado é que atrasou os pagamentos. “Os órgãos de controle que devem apurar. Nós temos o Ministério Público, nós temos o TCE mostrando caminhos, que eu vi, grandes inconsistências, grandes problemas na obra de planejamento, de desvio de recursos, enfim, está apontado tudo pelos órgãos de controle”, disse Eduardo Chiletto, secretário de Cidades, MT.

Nesta semana, moradores colocaram um boneco pendurado no que seria uma estação. É um cara que parece bem casado de esperar, ainda bem que está sentado. O consórcio responsável pela obra negou qualquer irregularidade. Disse que ela foi interrompida por falta de pagamento por parte do estado.

E porque algumas desapropriações deixaram de ser feitas. O Ministério Público e a Assembleia Legislativa do estado investigam as denúncias.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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