O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de Bauru (Gaeco) ofereceu ao Poder Judiciário de Marília (SP) as duas primeiras denúncias relacionadas à Operação Sunset, deflagrada em novembro do ano passado que teve como objetivo combater a lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho. O alvo da operação eram organizações criminosas ligadas a famílias que têm negócios em Bauru, Marília e Ibitinga.
Na época, foram cumpridos mandados de buscas em diversos endereços das cidades de Marília, Ibitinga, Borborema e Dom Aquino (MT). Durante a operação, foram apreendidos mais de R$ 1 milhão em cheques e dinheiro, 14 veículos, além de embarcações e bloqueio de imóveis.
Também foi feita a ordem de bloqueio de contas bancárias em mais de R$ 12 milhões dos envolvidos. Agora, a denúncia é a acusação formal contra os investigados.
O pedido é de condenação pela prática de crimes, com a imposição de penas privativas de liberdade. São nove denunciados, e há pedido também de alienação antecipada de automóveis (que é levar os carros a leilão antes mesmo do julgamento final).
De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ), o MP ofereceu as denúncias, mas elas ainda não foram recebidas pelos juízes, pois não consta nenhuma decisão nos andamentos processuais. O TJ informou que os processos foram distribuídos para as varas em que irão tramitar e o juiz vai analisar todos os documentos para, então, decidir pelo recebimento ou não das denúncias.
Segundo o Ministério Público apurou, o primeiro grupo denunciado exercia controle de praças do jogo do bicho, especialmente na cidade de Marília e região, e arrecadou quantias expressivas de dinheiro. Para ocultar a propriedade de diversos bens e valores, como carros de luxo, imóveis e propriedade rural, o MP informou que o grupo utilizou diversas técnicas de lavagem de capitais.
Já o segundo grupo denunciado, que também controlava praças de jogo do bicho em Marília e região, realizava a movimentação financeira com o dinheiro do jogo do bicho, ocultando a origem desses valores. Além disso, o grupo controlava o holding patrimonial familiar proprietária de dezenas de imóveis espalhados por cidades como Marília, Pompeia e Ourinhos.
Segundo o MP, a equipe fez o sequestro de dezenas de propriedades imobiliárias, como casas, apartamentos, terrenos e fazendas, além de joias e outros valores. O Ministério Público informou que as investigações ainda seguem com relação a um terceiro grupo, que promove a lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho na região de Bauru.