Após prisão por extorsão, policial aposentado faz delação e entrega esquema de "colegas" em MT

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Terça, 01 Junho 2021 | FolhaMax
A delação premiada de um policial civil de Mato Grosso aposentado foi o “norte” das investigações que revelaram a existência de uma organização criminosa na Polícia Judiciária Civil (PJC). O grupo é suspeito dos crimes de concussão (receber ou exigir propina em razão do cargo que ocupa), roubo (com uso de arma de fogo e violência, mantendo as vítimas sob seu poder), além de “importar, produzir, transportar ou vender drogas”.
Nesta segunda-feira (31), a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Silva Mendes, aceitou uma denúncia do Ministério Público do Estado (MPMT) contra a organização criminosa formada por membros e ex-membros da PJC. A decisão da magistrada tornou 25 pessoas rés da Justiça.
Segundo a denúncia, as investigações tiveram início após um flagrante realizado contra o ex-investigador da PJC, Hairton Borges Júnior, e um dos réus – o investigador aposentado da PJC, Evanir Silva Costa. Eles tentaram extorquir R$ 20 mil de um homem suspeito de tráfico de drogas (que, por sua vez, denunciou que 6 policiais da PJC entraram indevidamente em sua residência, no bairro Altos da Glória, em Cuiabá).
Posteriormente ao inquérito policial que apurou a extorsão, Hairton Borges Júnior firmou um acordo de colaboração premiada, onde a existência da organização criminosa começou a ser revelada. A delação de outras duas pessoas, o policial militar Ananias Santana da Silva e o policial civil Daniel de Paula Melo, também teria contribuído com as investigações.
“Em momento posterior à instauração de inquérito policial, aportou no grupo especial proposta de acordo de colaboração premiada apresentada por Hairton Borges Júnior. Segundo o Ministério Público, posteriormente Ananias Santana da Silva e Daniel de Paula Melo manifestaram interesse em firmar acordo de colaboração premiada [...] o Ministério Público alega que, com base nas informações levantadas no curso das investigações, foi possível constatar a existência, em tese, de uma organização criminosa armada”, diz o MPMT.
Na decisão que aceitou a denúncia do MPMT, a juíza Ana Cristina Silva Mendes manteve o sigilo das delações premiadas que revelaram a organização criminosa. Ela, porém, autorizou que os anexos dos depoimentos, que tivessem relação com os crimes que teriam sido cometidos pelos policiais civis, fossem juntados aos autos.
“Se os depoimentos dizem respeito a fatos ainda sob investigação, e – sobretudo – não abrangidos pela ação penal ou inquérito já instaurados, podem e devem, salvo decisão judicial em contrário, permanecer em sigilo”.
Confira a lista dos 25 réus na Operação Renegados:
Confira a lista dos réus:
1. Dhiego de Matos Ribas (policial civil e chefe de operação)
 
2. Edilson Antônio da Silva (policial civil)
 
3. Natalia Regina Assis da Silva (namorada de Edilson)
 
4. Alan Cantuário Rodrigues (policial civil
 
5. Júlio César de Proença (policial civil)
 
6. Paulo da Silva Brito (policial civil)
 
7. Rogério da Costa Ribeiro (policial civil)
 
8. André Luis Haack Kley (policial civil)
 
9. Frederico Eduardo de Oliveira Gruszczynski (policial civil)
 
10. Evanir Silva Costa (ex-policial civil)
 
11. Raimundo Gonçalves de Queiroz (ex-policial civil)
 
12. Domingos Savio Alberto de Sant’ana (ex-servidor público)
 
13. Reinaldo do Nascimento Lima (incerto)
 
14. Manoel José de Campos (policial militar)
 
15. Kelle de Arruda Santos (incerto)
 
16. Jovanildo Augusto da Silva (criminoso)
 
17. Genivaldo de Souza Machado (já foi preso)
 
18.  Neliton João da Silva (incerto)
 
19.  Adilson de Jesus Pinto (policial militar)
 
20.  João Martins de Castro (incerto)
 
21.  Delisflasio Cardoso Bezerra Silva (já foi preso por se passar por policial civil)
 
22.   Sandro Victor Teixeira Silva (policial civil)
 
23. Hairton Borges Júnior (ex-policial civil)
 
24. Ananias Santana Da Silva (policial militar)
 
25. Daniel De Paula Melo ( policial civil)

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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