Penitenciárias à beira do colapso na pandemia

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+ Polícia
Segunda, 14 Junho 2021 | GazetaDigital
Pandemia causada pelo coronavírus pode colapsar não apenas o sistema de saúde local, mas, também, o penitenciário. É o que alerta o Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen), que afirma que número de reeducandos aumentou significativamente nos últimos meses, tornando as unidades prisionais do Estado um “barril de pólvora” devido à falta de planejamento dos gestores. Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) nega superlotação e destaca, dentre as ações preventivas contra a covid-19, a imunização de policiais penais e detentos.
A presidente do Sindspen, Jacira Maria da Costa, começa exemplificando a situação atual do sistema penitenciário citando a Penitenciária Major Eldo Sá (Mata Grande), em Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), onde, segundo ela, os presos que estão sendo levados das delegacias já chegam reclamando de dor de cabeça, dor no corpo e apesar de passarem por uma triagem, acabam se misturando com outros.
“Está parecendo um barril de pólvora, porque aumentou mais de 200 presos. Tínhamos por volta de 1.600, agora, estamos com aproximadamente 1.800 presos, a demanda de serviço lá é muito intensa. A custódia está sendo feita dentro da unidade”, relata.
A sindicalista frisa que os servidores estão pedindo por socorro devido à situação de superlotação. “O cenário é preocupante, não só pelo trabalho, que está sobrecarregado, mas, também por causa da covid-19”, reforça.
Ainda assim, Jacira lembra que mesmo com o início da imunização dos servidores e dos detentos, há uma grande preocupação com a demanda do sistema, já que mesmo com as estatísticas crescentes da covid, os detentos não pararam de chegar. “A própria pandemia trouxe muito desemprego e desses desempregados, muitos estão sendo cooptados pelo crime organizado e resultando no aumento da população carcerária”.
Conforme a presidente, as autoridades não têm se preocupado com isso e, consequentemente, as maiores penitenciárias e centros de detenção provisória estão sendo mais visados, porque estão sendo sobrecarregadas sem nenhum planejamento. De acordo com ela, não se houve falar no pós-pandemia, por exemplo. “Como irá funcionar uma unidade como a PCE, a Mata Grande, o Ferrugem (Sinop), a Penitenciária de Água Boa, com baixo efetivo? Sendo que os postos de trabalho e as demandas, tanto internas quanto externas, são muito grandes dentro das 24 horas do dia”.
Ela finaliza destacando que se a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acertar mais uma vez e realmente ocorrer a terceira onda da covid-19 em Mato Grosso, infelizmente o sistema penitenciário será um dos setores mais atingidos. “Tivemos recentemente a morte de um reeducando e a confirmação de mais de 30 novos casos dentro da Mata Grande, e isso é muito para nós”.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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