Bandidos de alta periculosidade de Mato Grosso e líderes de facções criminosas atuantes no Estado serão transferidos nos próximos dias para o raio de segurança máxima da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, inaugurado nesta quarta-feira (29) pelo governador Mauro Mendes (União).
Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), uma triagem será realizada para definir quais presos serão transferidos para a nova unidade, que conta com sistema tecnológico que demanda menos agentes para cuidar das alas.
Construído em uma área de 1.855m², o raio conta com 56 celas que podem ser ocupadas por 62 presos. A segurança conta ainda com monitoramento de câmeras de segurança. O raio tem salas de aula, além de banho isolado para o sol, água gelada nas torneiras, salas de atendimento médico e psicológico.
Mauro Mendes destacou que atualmente Mato Grosso é o único estado brasileiro que tem um presídio de segurança máxima com mais modernidade, onde 95% dos trabalhadores que participaram da construção são os presos da unidade.
"Fico feliz por ter ouvido de um representante do Conselho Nacional de Justiça que o Estado está construindo o mais moderno e eficiente sistema prisional do país. Estamos caminhando para ter o sistema seguro e eficiente custando menos para sociedade, para o cidadão, para se tornar capaz de aplicar corretamente as penas que são proferidas pela justiça de acordo com a legislação brasileira", pontuou.
Mudança de cenário nos presídios
Mendes considera que o novo sistema é um grande passo para modificar a estrutura penitenciária brasileira, já que dentro boa parte das unidades são tomadas por presos que são membros de facções criminosas, que 'comandam' a movimentação interna e externa.
"Praticamente 80% das prisões brasileiras são dominadas por facções criminosas. Então se nós queremos ter um sistema prisional que possa aplicar penas e fazer a ressocialização, nós temos que ter isso no controle do estado e não sobre o controle das facções, por isso estamos fazendo esse investimento, para modificar completamente o rumo dessa trajetória e produzir segurança lá fora", finalizou.
O objetivo dessa construção vai além de abrigar novos presos. Ela também visa diminuir os custos para o cidadão que paga os impostos. O desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, que também esteve presente durante a inauguração, aproveitou para elogiar o novo sistema e para citar sua indignação de como um preso custa caro para o estado e de como a ressocialização é essencial para que o sistema melhore.
"Para nós que pagamos impostos um preso é muito caro é um hóspede muito caro para o estado, custa por volta de uns R$ 4 mil, então a ressocialização é um grande passo para que a sociedade tenha que arcar menos com esses custos e o cidadão esteja preparado após pagar pelos seus crimes a voltar para as ruas de maneira digna", finalizou.
Foram investidos R$ 14,3 milhões na obra que tornou Mato Grosso o primeiro a ter unidade de segurança máxima dentro do sistema penitenciário estadual.