O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) cumpre mandados de busca e apreensão, nesta quinta-feira (28), na Secretaria de Saúde de Sorriso, no médio-norte do estado. A operação ocorre após denúncias de esquema de duplicação de notas fiscais em pagamentos de ordens judiciais.
Segundo o Gaeco, o prejuízo estimado aos cofres públicos pode chegar a R$ 3 milhões e o Ministério Público também investiga a contratação de seis funcionários fantasmas pela pasta.
De acordo com o Gaeco de Sorriso, para a execução das fraudes e desvio de recursos públicos, os investigados utilizavam-se de processos judiciais de saúde em curso, nos quais havia o bloqueio de valores nas contas do estado para custear o tratamento médico pedido na ação.
Após o recurso ser bloqueado, era transferido ao Fundo Municipal de Saúde, e, a partir de uma mesma ação judicial, isto é, mesmo paciente e procedimento médico solicitado, eram confeccionados, por várias vezes, processos administrativos de pagamento, alterando-se, tão somente, a nota fiscal e o ofício que o acompanhavam.
Os policiais apreenderam documentos, telefones e computadores na sala de apoio da secretaria. Os aparelhos, que já tiveram autorização da Justiça para quebra de sigilo, devem ser analisados pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
A prefeitura informou, em nota, que segue à disposição das autoridades para ajudar na investigação.
"A administração municipal está aberta e espera que com a vinda do Gaeco toda a situação seja esclarecida o quanto antes, pois a população de Sorriso merece ter todas as respostas; visto que trata-se da saúde física e mental de muitas pessoas que sofreram perdas diante de atos ilícitos praticados", diz trecho da nota.
De acordo com procurado jurídico do município, Daniel Melo, a sala da secretaria foi trancada pelo ex-secretário de Saúde, Luiz Fábio Marchioro, e a chave, entregue ao Gaeco.
A Operação Hígia faz referência à deusa da mitologia grega que preserva a saúde.