O juiz da 2ª Vara de Execuções Penais, Geraldo Fidélis Neto, determinou a transferência do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, o Carlinhos, da Penitenciária Central do Estado para a Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis (212 km de Cuiabá).
Ao RepórterMT, o magistrado justificou que Carlinhos não tem o "perfil adequado" para a PCE e que leva "intranquilidade" para a penitenciária. “PCE é a unidade mais tensa de Mato Grosso, é a de maior segurança e, dentro dela, tem que ter o perfil adequado para permanecer lá. Ele levava intranquilidade por toda a história (do duplo homicídio)”, afirmou.
A transferência foi feita atendendo a pedido da defesa do empresário, patrocinada pelo advogado Francisco Faiad.
“Ele já está na Mata Grande, em situação de prisão. Lá não é hotel, é prisão. Esta lá na cela adequada para o perfil do dele”, concluiu o juiz.
O crime
Carlinhos está preso desde a noite do dia 18 de janeiro, após matar a ex-convivente Thays Machado, e o namorado dela, Willian Moreno, no bairro Consil, em Cuiabá.
O empresário não aceitava o fim do relacionamento com a advogada e a perseguia de forma insistente há mais de um ano.
Os assassinatos aconteceram em frente ao edifício Solar Monet, no Bairro Consil, onde mora a mãe de Thays. Carlos Alberto chegou em um Renault Kwid, parou e efetuou vários disparos contra as vítimas. Foi capturado na fazenda da família, em Campo Verde, cinco horas após o crime.
Monitoramento em tempo real
Carlinhos Bezerra monitorava com rastreadores e escutas cada passo que a vítima dava. Mais de 70 capturas de tela com a localização da advogada foram encontrados no celular do empresário.
Como revelaram as investigações, Carlinhos Bezerra possuía um caderno onde anotava quando os rastreadores haviam sido instalados no carro da vítima e quanto tempo durariam as baterias. Esses rastreadores permitiam que o empresário acompanhasse pelo celular os deslocamentos da ex.
O assassino perseguia Thays, inclusive conseguindo ter acesso às pessoas com quem ela falava no telefone, para quem ele ligava para tomar satisfações . Também estabelecia uma classificação por cores dos alvos considerados de menor ou maior risco para a relação que ele supunha manter com a vítima.
Esse esquema sofisticado de perseguição teria sido implantado a partir de setembro de 2021, de acordo com a Polícia Civil.