Bandido que deu apoio logístico a ataque em Confresa trabalha com garimpo em terra indígena

O homem apontado como principal articulador logístico do ataque à cidade de Confresa-MT, em 9 de abril, confessou que trabalha com um garimpo ilegal, dentro de uma terra indígena em Cumaru do Norte, no Pará.

O bandido, de 30 anos, foi preso pela Polícia Civil de Mato Grosso, em Araguaína (TO). Ele é apontado como a pessoa que teria alugado casas usadas pelos criminosos que tentaram assaltar a transportadora de valores Brinks, em Confresa, em uma operação que custou milhões, segundo apontam as investigações.

Durante audiência de custódia na quarta-feira (3), o homem disse à Justiça que trabalha em garimpo ilegal em área indígena. Ele está preso na Casa de Prisão Provisória de Araguaína, no norte de Tocantins. Existe a suspeita que ele tenha dado um nome falso na audiência de custódia, por isso, nenhuma identidade foi divulgada até o momento.

O vídeo do depoimento foi publicado pelo Jornal do Tocantins e reproduzido pelo G1. O juiz indaga: “Esse garimpo o senhor tem decreto de lavra ou é clandestino?”. E ele responde: “Clandestino, na área indígena”.

O homem foi localizado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacias da Regional de Confresa, da Polícia Civil de Mato Grosso. A prisão aconteceu no último final de semana, em cumprimento a ordem judicial, com apoio da 3ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Deic) de Araguaína.

Como o processo de prisão é de Mato Grosso, a Justiça abriu um novo processo em Tocantins, apenas para a realização da audiência de custódia, que após concluída teve o processo encerrado. O custodiado, após a prisão e audiência, segue à disposição da Justiça de Mato Grosso.

Vídeos divulgados esta semana mostram os bandidos deixando casas alugadas no Pará, em vários carros blindados. Os aluguéis destas casas foram articulados pelo bandido citado nesta reportagem.

O bando fortemente armado chegou a Confresa pela BR-158 e aterrorizou a cidade. No entanto, não conseguiu levar nenhum valor da empresa e iniciou uma perseguição que hoje chegou ao 25º dia, com a atuação de 350 agentes de 5 estados: Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Pará e Minas Gerais.

Quinze bandidos já foram mortos em confrontos com as forças de segurança. Dois foram presos e a polícia estima que entre 3 e 5 ainda estejam escondidos na mata. A caçada continua.