Justiça decreta prisão de empresários suspeitos de superfaturamento de R$ 40 milhões
A Justiça Estadual decretou a prisão preventiva de quatro dos envolvidos na operação "Edição Extra", deflagrada pela Polícia Judiciária Civil, por meio da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), na quinta-feira (18), para apurar fraudes em licitação junto ao segmento de empresas do ramo de gráficas. Há suspeitas de que o esquema tenha lesado os cofres públicos em R$ 40 milhões. Desse montante, de acordo com o delegado fazendário, Carlos Cunha, a estimativa é de que R$ 28 milhões tenham sido 'destinados' a gráficas pertencentes a esses empresários.
Os empresários Dalmi Fernandes Defanti e Fábio Defanti, donos da Gráfica Print, e Jorge Defanti, proprietário da Gráfica Defanti, e o funcionário da Gráfica Print Alessandro Francisco Teixeira Nogueira, tiveram a prisão preventiva decretada domingo (21), pelo juiz plantonista Jamilson Haddad Campos, a pedido do promotor Marcos Regenold.
A prisão foi decretada de ofício com base em informações solicitadas pelo promotor a Delegacia Fazendária, do sumiço de provas da Gráfica Print. O promotor também alegou a obtenção de informações privilegiadas por parte dos investigados na vésperas da operação, tanto que nenhum dos quatro suspeitos foi preso na operação. Eles se apresentaram na sexta-feira (19.12), acompanhados de advogados, na Delegacia Fazendária.
Os dois secretários adjuntos Eupídio Spiezzi, da Secretaria de Comunicação do Estado, e Jose de Jesus Nunes Cordeiro, da Secretaria de Estado de Administração, não tiveram a prisão preventiva solicitada pelo promotor. Os dois adjuntos foram soltos na sexta-feira (19), após interrogatório na Delegacia Fazendária e negaram, segundo o delegado Carlos Cunha, qualquer envolvimento, em práticas criminosas.
O empresário Fábio Defanti também prestou interrogatório na sexta-feira e foi colocado em liberdade pela delegada da Liliane Murata. No entanto, ele teve a prisão novamente decretada. Policiais estiveram neste domingo na casa dele, mas o empresário não foi encontrado. No começo da noite de domingo, a assessoria do empresário entrou em contato com a Delegacia e informou que Fábio Defanti está à disposição da Polícia Civil e da Justiça.
Os empresários Dalmi Defanti e Jorge Defanti e o funcionário Alessandro Nogueira estão presos no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC). Eles serão interrogados nesta segunda-feira (22.12).
Os empresários são suspeitos de superfaturamento de produtos gráficos para fornecimento ao Estado. As fraudes estão relacionadas ao pregão nº 93 do ano de 2011 e o contrato de 2012, no valor de R$ 40 milhões. Desse pregão originou a ata de registro de preços utilizada pelo Estado para compra do material gráfico.