O delegado João Biffe Júnior, do município de Canarana (distante 823km de Cuiabá), responsável pela detenção do traficante José Silvan de Melo, que ao ser preso estava com R$ 3,2 milhões escondidos em sacolas plásticas, recebeu fortes ameaças do restante do grupo criminoso. Segundo o delegado, ele não está intimidado com a situação atualmente e diz estar bem amparado pela Segurança Pública.
"Nosso Estado não compactua com bandido. Nós não estamos intimidados por criminosos e nem por qualquer facção. Então, vamos continuar trabalhando, principalmente com homens honrados como o delegado João Biffe, que não se deixou levar por um monte de cédulas, não caiu no canto da sereia e prendeu esse delinqüente”, afirmou o governador Pedro Taques (PDT).
Segundo o secretário de Segurança, Mauro Zaque, as informações estão sendo monitoradas pela equipe de inteligência e o fato é isolado. “Alguém achando que aqui tem gente desonesta e sem caráter, ligou fazendo ameaças. Somos pessoas honestas e que não tem medo de bandido. Vamos achar essa quadrilha que está por trás desse 'abençoado' e vamos também colocá-los atrás das grades”, disse o secretário.
João Biffe, preferiu comemorar a prisão ao comentar sobre as ameaças. Para ele, quem trabalha como servidor da segurança pública tem que superar isso, principalmente sabendo que o dinheiro apreendido será investido para melhorar o sistema que colocou o criminoso atrás das grades.
“Prefiro não falar desse tipo de caso. Não estou intimidado e isso não me assusta. Deixa falar, vamos achar esses criminosos. Agora é terminar de investigar o caso e investir na segurança com esse dinheiro”, completou o delegado.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, Biffe teria sido ameaçado. O teor das ameaças não foram divulgadas, mas criminosos chegaram a dizer que” não iam descansar se não recuperassem todo dinheiro apreendido”. Devido ao telefonema, uma equipe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), comandado pelo delegado Flávio Stringuetta, já está unicamente dedicada ao caso.
Vale ressaltar que os R$ 3,2 milhões apreendidos pela Polícia Civil será usada imediatamente para a compra de 150 fuzis, 50 submetralhadoras HK, 630 pistolas, 200 novos coletes balísticos, duas picapes e 30 roupas tática da PM, além de contribuir para a reforma da delegacia de Canarana.