Delegado e 3 policiais são indiciados por suspeita de crimes em MT

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Segunda, 13 Abril 2015 | Do G1 MT
Uma investigação acerca de supostas irregularidades cometidas pelo policial Welington Fernandes, preso no mês passado por suspeita de corrupção, identificou outros crimes envolvendo supostamente o delegado Francisco Kunze, um escrivão e um investigador, ambos da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. O delegado, os três policiais e mais sete pessoas foram indiciados pela Polícia Civil e podem responder judicialmente pelas acusações.
O G1 tentou entrar em contato com o delegado, mas ele não atendeu às ligações e não deu retorno até a publicação desta reportagem. A equipe também não conseguiu localizar o advogado do investigador que está preso.
A juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal da capital, encaminhou o inquérito para o Ministério Público Estadual (MPE), a quem cabe oferecer denúncia ou não. O MPE informou que o inquérito deve ser analisado pela promotora Ana Cristina Bardusco, da Promotoria de Defesa da Administração Pública e Ordem Tributária, mas que ainda não chegou ao MPE.
Os crimes não teriam ligação entre si e foram descobertos no decorrer do inquérito a partir da análise da conduta dos servidores daquela delegacia. O principal investigado era Welington, que atuava como chefe de operações da delegacia. Ele foi detido no dia 25 do mês passado por causa dos indícios de que usava o cargo de policial para obter vantagem indevida.
O investigador foi indiciado por corrupção, porte ilegal de arma de fogo e por suspeita de interceder pela libertação de presos, ato denominado de 'advocacia administrativa', e também por falsidade ideológica. Uma terceira pessoa teria abastecido uma viatura da delegacia em um posto de combustíveis usando o nome do policial.
Já contra o delegado Francisco Kunze, titular da delegacia, pesa a suspeita de que seria sócio-proprietário de uma empresa de segurança privada, o que é vetado aos policiais. Os donos não seriam as pessoas cujos nomes constavam no contrato social da empresa. Por causa disso, o delegado foi indiciado por falsidade ideológica.
Assim como nos outros dois casos, o crime supostamente cometido pelos outros dois policiais, sendo um investigador e um escrivão, não teria nenhuma relação. Eles são suspeitos de receber vantagem indevida em um episódio em que um carro que teria sido roubado foi localizado em Várzea Grande. O dono do veículo teria oferecido uma recompensa para os policiais, que supostamente teriam aceitado.
Os outros indiciados teriam ligação com os crimes que, em tese, foram cometidos pelo ex-chefe de operações da delegacia e com a empresa que seria de propriedade do delegado. A polícia não pediu a prisão dos indiciados. Os policiais continuam trabalhando normalmente. Um procedimento administrativo ainda deve ser aberto para apurar a conduta dos servidores.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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