Segundo investigação do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), os policiais cobravam uma taxa de lojistas e sacoleiros para liberar a passagem do contrabando no "Posto do Limão", a menos de 100 quilômetros de Cáceres. Rinaldo e Adevair são apontados como os responsáveis pela negociação. Eles recebiam o dinheiro dos sacoleiros e depois distribuiam entre os policiais.

Os policiais combinavam com os lojistas, por telefone, o dia e horário da travessia, mas o valor da 'taxa' para a liberação da mercadoria só era definido na momento em que eles observavam a mercadoria.

De acordo com a denúncia, os policiais matinham uma espécie de tabela de preços, que variava de R$ 200 a R$ 2 mil, conforme o produto que seria contrabandeado. Para atravessar com uma sacola de roupas, por exemplo, era cobrado R$ 400 reais. Caso fossem contrabandeados produtos mais caros ou em maior quantidade, o preço aumentava.

Após pedir a quebra do sigilo bancário, o Gaeco descobriu que policiais com salário inferior a R$ 2 mil movimentavam mais de R$ 10 mil por mês. Todos os acusados negaram envolvimento no esquema, mas não conseguiram explicar a movimentação bancária incompatível com a renda.

Em 2007, 10 policiais foram presos acusados de envolvimento na facilitação de contrabando, após ordem de prisão preventiva decretada pela juíza Lúcia Peruffo, da 11ª Vara Especializada da Justiça Militar. 

Entre os presos estavam os sargentos Waldir Francisco Góes e Maria Rosimary Gonçalves Mendes e os soldados Rinaldo da Cruz Oliveira, José Antônio dos Santos Leite, Heverton Dias de Moura, Edenilson Joaquim Simões Hurtado, Elcio do Nascimento Justino, Romagno Gomes de Oliveira e Josuel Leandro Tracz.