Em MT, 78 pessoas são presas suspeitas de crimes ambientais
Somente neste ano, 78 pessoas foram presas suspeitas de crimes ambientais em, Mato Grosso, conforme balanço divulgado pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema). As prisões ocorreram durante 23 operações deflagradas em diversas regiões do estado e 320 inquéritos abertos para apurar este tipo de crime.
De acordo com os dados, foram apreendidos 1.150, 807 metros cúbicos de madeira, oriundos do desmatamento ou do transporte ilegal, 63 caminhões; 17 carros; uma retroescavadeira; e 6 motocicletas, todos utilizados na prática de crimes ambientais.
O delegado Gianmarco Paccola Capoani, que atua no combate aos crimes ambientais, destacou a operação “Madeira Legal”, com uma das principais ações voltadas à fiscalização do transporte de cargas de madeiras, realizada na BR 364 e na Rodovia dos Imigrantes.
A ação resultou na abordagem de 19 carretas e prisão de 8 motoristas com apreensão das cargas irregulares. Em outra operação, desencadeada para fechar um garimpo ilegal em área de preservação ambiental, no município de Santo Antônio do Leverger, a 35km de Cuiabá, o dono de uma retroescavadeira que trabalhava na área foi preso. Ele pagou fiança de R$ 39,4 mil e liberado.
Na operação denominada “Cidade Limpa”, deflagrada em conjunto com a Prefeitura de Cuiabá, no mês de maio deste ano, para reprimir o descarte ilegal de lixo, gerou centenas de denúncias da população, no Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) e na própria delegacia. Vinte e duas pessoas foram flagradas jogando lixo e entulhos em áreas de preservação ambiental. Todas foram autuadas dentro de 14 termos circunstanciados de ocorrências e apreendidos 38 veículos.
Conforme o delegado adjunto da Dema, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, a ação continua na capital e foi estendida para Várzea Grande, região metropolitana. “Todas as pessoas que forem flagradas jogando lixo serão autuadas por crime de poluição e ainda responderá na esfera administrativa com aplicação de multa de valor mínimo de R$ 700, dependendo do dano poderá ser aumentada”, disse o delegado.
As operações também apreenderam 28 equipamentos de poluição sonora, 4 freezers, 4 motores de popa, 2 barcos, e aproximadamente 3 mil quilos de peixes, todos doados a entidades assistenciais.
De acordo com o delegado titular da Dema, Carlos Fernando da Cunha Costa, na região Amazônica o foco da delegacia foi o desmatamento. No cerrado as ações estiveram voltadas combater o desmatamento, as queimadas urbanas e em propriedades rurais e no Pantanal mato-grossense, fiscalização contra a pesca ilegal e caça de animais silvestres.
Conforme o delegado, os crimes de maus-tratos de animais continuam sendo denunciados. Foram 58 procedimentos instaurados para apurar as denúncias, sendo a incidência maior referente ao abandono material de cachorros, quando a pessoa deixa o animal sem água e comida.
Queimadas
O número de ocorrências de queimadas urbanas cresce todos os anos no período da estiagem. Neste ano, seis autores de atear fogo em áreas urbanas da capital foram responsabilizados pela Dema, que integra o Comitê Estadual do Fogo, junto com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Militar.
O delegado Vitor Hugo, que tem sua atribuição na Delegacia voltada aos crimes ambientais no meio urbano, disse que a falta de conscientização das pessoas dobram o número de ocorrências nesta época do ano. "É comum o morador jogar o lixo em terrenos baldios e colocar fogo, que se alastra colocando em risco a saúde de toda vizinhança. Além de reprimir, estamos trabalhando a questão educacional em escolas porque esse é um problema cultural", reforçou Vitor Hugo.