PMs extorquem prefeito de Barra do Bugres e vereador; policiais presos
O prefeito de Barra do Bugres, Julio Cesar Florindo (PSD), é uma das quatro vítimas de esquema de cobrança de propina entre R$ 10 mil e R$ 50 mil, por parte de dois policiais militares para que não aplicassem multa ou embargassem uma determinada fazenda, além de liberação de agrotóxicos sem nota fiscal e prevarição (se omitir sobre irregularidadades) de aterro sanitário.
“Tem o processo que está rolando, já prestei depoimento, não vou comentar sobre o assunto. É melhor não comentar isso aí não, melhor deixar quieto”, diz ao RDNews. Um vereador também teria sido vítima dos policiais, porém o nome não foi divulgado.
As cobranças de propina teriam sido feitas por dois policiais militares em outubro de 2014, os sargentos Palmiro da Silva Maciel e Agnaldo Leal dos Santos. Ambos estão presos desde 15 de maio. Na audiência de instrução, em 30 de junho, a defesa pleiteou a liberdade de ambos, mas o pedido foi negado, pois os réus estariam intimando testemunhas.
Nessa segunda (13), a advogada dos PMs, Flávia Catarina Oliveira de Amorim Reis, ingressou com um pedido de habeas corpus, que deve ser apreciado pelo desembargador da segunda Câmara Criminal, Marcos Machado. A sessão de instrução está marcada para o dia 14 do próximo mês, quando devem ser ouvidas as testemunhas de defesa, bem como os acusados.
De acordo com o processo, existem indícios de que os PMs exigiam e solicitavam os valores, em razão da função, fazendo do crime meio de enriquecer. Pelo menos quatro pessoas foram vítimas das cobranças de propina. O esquema foi revelado em depoimento das vítimas e testemunhas, além de conversas registradas por meio do aplicativo WhatsApp.
A Corregedoria Geral da Polícia Militar, considerando a gravidade dos fatos, instaurou Conselho de Disciplina, em desfavor dos policiais militares, sendo eles 1º e 3º sargentos.
Errata: Na matéria inicalmente publicada havia a informação de que o prefeito e o vereador estavam entre os acusados no caso. O equívoco foi corrigido 1h30 depois. O prefeito afirma que o processo corre em segredo de justiça e a Corregedoria o orientou a não falar sobre o caso.