Homem levado vivo ao necrotério é transferido para UTI de hospital
Um homem de 58 anos, enviado vivo ao necrotério do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), foi transferido na noite deste domingo (19) para uma Unidade Intensiva de Terapia (UTI) do mesmo hospital. A família de Vitalino Ventura da Silva denuncia a falta de assistência ao paciente, internado na última quarta-feira (15) no PSMC e dado como morto por quase uma hora na sexta-feira (17).
Ainda no domingo, a secretária-adjunta de Planejamento e Operações da Secretaria Municipal de Saúde, Iracema Queiroz, informou que considera o fato uma falha inadmissível e que a partir desta segunda-feira (20) seriam tomadas as providências cabíveis para o caso. No entanto, o PSMC ainda não se pronunciou sobre o assunto e nem divulgou quais medidas foram adotadas nesta segunda-feira.
O caso
Vitalino chegou ao hospital com falta de ar e sofreu duas paradas cardiorrespiratórias. O paciente já tinha a saúde debilitada e respirava com a ajuda de um aparelho colocado na traqueia. Vitalino não fala, pois há um ano teve câncer na laringe, que foi retirado.
Na sexta-feira ele foi considerado como morto e enviado ao necrotério, com algodão tampando as narinas e gazes na saída da traqueia. Uma pessoa que passava pelo corredor próximo ao necrotério percebeu que Vitalino, coberto por lençóis, estava respirando e gravou o vídeo. A família foi até comunicada da morte por telefone, mas quando chegaram ao PSMC, uma hora depois para providenciar o velório, viram que o paciente estava vivo e de volta à sala vermelha.
“Ontem transferiram ele pra UTI, mas ele está cada vez pior. Os batimentos cardíacos dele caíram um pouco. Ele foi transferido da Ala Vermelha para a UTI”, disse ao G1 o filho de Vitalino, Joilson Ventura da Silva. A transferência do paciente era necessária para um diagnóstico e exames do que realmente ocorre na saúde de Vitalino.
Os filhos de Vitalino vão fazer uma visita ao pai ainda na manhã desta segunda-feira. “Ninguém nos procurou ainda e nem deram justificativa sobre o que ocorreu”, comentou Joilson.
O único documento que a família teve acesso foi um um relatório escrito à mão pela médica que atendeu o paciente e descreveu a morte. “Parada cardíaca, opto por não reanimar devido à gravidade do caso e à falta de prognóstico. À meia-noite, ela relatou que o “paciente retorna do necrotério apresentando movimentos respiratórios espontâneos”.