Crimes de pistolagem voltam a acontecer em Mato Grosso e põem forças de segurança em alerta

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+ Polícia
Segunda, 21 Setembro 2015 | HipeNoticias
As polícias Civil e Militar de Mato Grosso estão trabalhando para tentar encontrar o autores e mandantes de três homicídios ocorridos nos últimos 20 dias, com indícios de serem crimes encomendados. Dois ocorreram na região rural de Poconé e outro na frente do Fórum de Ribeirão Cascalheira.
Considerados 'casos de pistolagem', nos quais quem morre sempre está envolvido em alguma delação, dívida ou política, já aconteceram quatro crimes em 2014. Neste ano, as forças de segurança investigam se os três assassinatos citados também são casos de pistolagem.
No primeiro caso, ocorrido em Ribeirão Cascalheira (736 km de Cuiabá), o ex-prefeito do município, Adario Carneiro Filho, parou para conversar com um conhecido e, nesse momento, um motociclista encostou ao lado do veículo e disparou quatro tiros contra a vítima, segundo a polícia.
O suspeito de ter cometido o crime ainda não foi identificado e, segundo o delegado que investiga o caso, Deuel Paixão de Santana, a motivação do assassinato também é desconhecida.
“Podemos dizer que ele deve ter sido assassinado a mando de alguém. Não vamos afirmar nada por enquanto, pois estamos investigando. Por se tratar de um crime desse porte, preferimos não passar detalhes”, disse o delegado.
Em Poconé (100 km de Cuiabá), dois homens foram assassinados no fim de semana passado. Um deles é Cícero Bezerra Medeiros, pai de uma jornalista que trabalha no Ministério Público Estadual.
No velório, o procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Paulo Prado, conversou com a reportagem e disse que o Ministério Público irá investigar esse tipo de crime, que para ele é inadmissível ainda acontecer. “Iremos investigar. Temos uma equipe que vai ajudar a polícia nesse caso”, disse o procurador.
Cícero Bezerra e Rodrigo Botelho estavam conversando em frente a casa de Cícero, no domingo a noite, quando dois homens chegaram a pé, chamaram Cícero pelo nome e executaram os dois. Em seguida, a dupla fugiu usando a caminhonete de Rodrigo, que foi abandonada em Nossa Senhora do Livramento (59 km de Cuiabá).
Rodrigo e Cícero estavam envolvidos em um grupo de pessoas que estavam denunciando uma quadrilha especializada em roubo de gado que atuava na região. Por se tratar de um crime complexo, a Secretaria de Segurança Pública determinou que a delegada Anaíde Barros designasse um especialista para elucidar o crime.
“Enviamos o delegado Fausto José para ser o responsável por esse inquérito. Não descartamos crime de pistolagem. Alguém matou matar e desconfiamos ainda que uma terceira pessoa tenha envolvimento no caso, já que a dupla matou os homens e logo em seguida deixou a caminhonete na estrada e seguiram com apoio de outra pessoa. Vamos elucidar esse caso, que por enquanto está em fase de diligências”, disse Anaíde Barros, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de Cuiabá.
OUTROS CRIMES
Em 2014, dos quatro crimes considerados de pistolagens, dois aconteceram na região metropolitana de Cuiabá. O primeiro foi contra um major da Polícia Militar, que estava chegando em casa. Gasparoto, que era segurança do ex-governador Blairo Maggi, foi executado com cinco tiros na porta de sua casa no bairro Planalto Ipiranga, em Várzea Grande.
Até hoje os criminosos não foram presos e o crime continua sendo investigado, sob o comando da delegada Silvia Pauluzzi. Vale ressaltar que, após essa execução, cinco homens com passagens pela polícia foram mortos em um bar do bairro São Matheus. Um grupo de extermínio ainda não identificado foi o responsável pelo banho de sangue.
O segundo caso aconteceu no dia 13 de janeiro de 2014. O corpo do empresário Durvalino Espolar, 65, foi encontrado no estacionamento de sua propriedade no bairro Jardim Tropical. A suspeita é de que alguém tenha encomendado o crime, já que o empresário tinha uma frota de carros e dois foram levados no dia do assassinato.
Durvalino foi morto com 7 golpes de faca e ainda não há informações sobre os suspeitos. Ele era dono de dois estacionamentos no bairro Jardim Tropical.
PASSADO
No início dos anos 2000, João Arcanjo Ribeiro e a máfia dos caça-níqueis eram responsáveis pela maioria dos crimes de pistolagens em Mato Grosso. O Ministério Público Estadual aponta que as execuções eram causadas por questões fúteis. 
“Quem desobedecia o comendador Arcanjo pagava com a vida”, disse o promotor Vinicius Gahyva, durante o júri popular contra Arcanjo em Cuiabá. Entre os crimes mais conhecidos estão as mortes do jornalista Sávio Brandão e dos empresários Fauze Rachid Jaudy e Rivelino Brunini. Todos no ano de 2002.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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