Suspeito de matar PM comercializava armas de fogo pelas redes sociais, diz secretário
O secretário estadual de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas, afirma que o suspeito André Luiz Oliveira, de 27 anos, que executou o policial militar Elcio Ramos Leite, de 29 anos, na tarde desta terça (2), estava comercializando armas de fogo pelas redes sociais, e que não procede a informação de que o policial teria cobrado propina do acusado, que acabou morto, após a execução do PM.
“Eles estavam ali a trabalho. Isso não é uma verdade. Ele ofereceu a arma de fogo à venda nas redes sociais. Tanto que o serviço de inteligência identificou o comércio da arma e estava lá atuando como inteligência policial. Eles não iriam fazer a incursão (invasão). Estavam fazendo levantamento, identificando o local para que aí, sim, através de uma ação repressiva houvesse uma intervenção policial. Porque este é o papel da inteligência, dar suporte às forças policiais”, diz em coletiva à imprensa no Comando Geral da PM, nesta tarde.
Segundo Jarbas, na ação da polícia, os dois irmãos de André foram presos e se encontram detidos na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Capital. O secretário explica que os policiais estavam com uma ordem de serviço, e em três equipes de inteligência. Apesar de Jarbas dizer que não é possível dar detalhes sobre o setor de inteligência, afirma que Elcio tentava proteger o colega de trabalho, tendo em vista que um dos acusados já saiu atirando contra os policiais, ocasião em que o PM foi atingido.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Gley Alves de Almeida Castro, ressalta que na atuação estavam duas viaturas da inteligência, com quatro policiais e uma viatura operacional em condições de trabalho. “Tanto é que chegaram rápido em decorrência de todo o planejamento que foi realizado”.
Ao ser indagado sobre o fato de André ter sido levado do local do crime por policiais do Bope, para ser executado em outro lugar, Jarbas alega que tecnicamente o cenário onde tudo ocorreu do início da ocorrência, com a ação da inteligência até o término, é de crime. “Tudo vai ser apurado pela DHPP, é a unidade especializada e todos os fatos serão apurados, do início ao término da ocorrência”.
O secretário diz que tem conhecimento da dinâmica do crime, contudo, em respeito à família não dará detalhes de como tudo aconteceu. “Neste primeiro momento, por se tratar de uma informação tão sensível para a família, a gente descrever isso não é correto tecnicamente, porque a DHPP que vai apurar os fatos, em segundo, em respeito à própria família prefiro não detalhar a morte. Mas o que podemos dizer com convicção é que houve a execução de forma covarde de um profissional de Segurança Pública”.
“Era uma pessoa do bem, grande profissional querido da unidade dele, um grande profissional da área de inteligência, que tem uma filha, esposa, que tem pai, mãe e irmãos, que estavam chorando lá no hospital junto com a Segurança Pública que está em luto. Perdemos um profissional que estava lutando para diminuir homicídios e roubos, para que outros não morressem ele perdeu a vida dele”.
O comandante-geral ainda afirma que neste momento a corporação encontra-se em luto pela perda de Elcio, que estava em atividade profissional, trabalhando em produção de conhecimento relacionado ao comércio de arma de fogo, em Cuiabá.
O coronel também reforça que as armas comercializadas pelo suspeito morto, foram usadas para crimes de roubo e há a suspeita de que a arma do utilizada no homicídio tenha sido usada em outros assassinatos, na Capital. “O policial estava com outras duas equipes nossas, e infelizmente no momento da ocorrência veio a ser covardemente morto, numa ação policial regular amparada por uma ordem de serviço”.
Relato do pai
Após as mortes nesta tarde, um vídeo do pai do suspeito André, Carlos Oliveira, circulou pelas redes sociais, no qual ele afirma que os filhos não possuem histórico criminal e que foram vítimas de extorsão por parte dos policiais.
Conforme o relato, Carlos acusa que Elcio e um colega da inteligência foram até a residência para extorquir André. “Estava com a minha esposa e minha netinha no carro e recebi uma ligação estranha do meu filho. Ele disse: pai, tem dois policial, se dizendo policial, e está pedindo dinheiro para mim. Eu disse não dá. Tô chegando ai. Demorou mais uns três a quatro minutos e ele já ligou de volta. Eu tomei a arma dele e dei um tiro nele. Ele é policial mesmo. Como estava em dois, o outro supostamente também aloitou para outro policial”. (Sic)