Arcanjo chega a Cuiabá em 15 dias e pode ficar no regime semiaberto
O advogado do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, Paulo Fabrinny, disse ao que já abriu um requerimento para a progressão da pena do ex-bicheiro, que era conhecido como "comendador", para o regime de semiaberto com uso de tornozeleira eletrônica. A expectativa da defesa é que ele seja transferido para a Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, em até 15 dias.
Arcanjo não tem curso superior e por isso a previsão é que ele seja encaminhado para a PCE, que é considerada uma unidade prisional de segurança máxima.
“Se tudo correr dentro do planejado em 15 dias ele chega em Mato Grosso e em até 60 dias ele estará em semiaberto. Portanto trabalha de dia e vai dormir em casa à noite, com uso de tornozeleira para monitoramento, já que no Estado funciona este sistema”, disse o advogado.
A defesa argumenta que Arcanjo é considerado um detento com bom comportamento em todas as penitenciárias e em que esteve nos estados de Mato Grosso do Sul, Porto Velho e Rio Grande do Norte. E por isso considera que ele possui os pré-requisitos necessários para obter o benefício do sistema semiaberto.
“Ele já cumpriu um sexto da pena, desde dezembro de 2015. O juiz de Mossoró [RN], atestou que ele está apto para ter a progressão do regime da pena, pois conforme exame criminológico elaborado pela unidade do Rio Grande do Norte ele não teve nenhuma contravenção”, explicou o advogado.
Na última semana o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) autorizou a transferência de Arcanjo para o Estado.
Arcanjo foi transferido, em 2007, da PCE, em Cuiabá, para penitenciária federal de Mato Grosso do Sul porque estava comandando o crime organizado, em Mato Grosso, de dentro da cadeia para onde vai voltar. Ele responde por crimes contra o sistema financeiro e homicídio.
O ex-bicheiro está detido atualmente na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte e o pedido de transferência já havia sido negado anteriormente, sob a alegação de que o preso é de alta periculosidade, pois detém grande poder financeiro e possui elevado grau de articulação e liderança dentro e fora das penitenciárias do Estado de Mato Grosso.
“Ele estava preso em regime federal por ser considerado um preso de grande periculosidade, isso dificultava a obtenção da progressão da pena. Agora ele vindo para Mato Grosso, se o julgamento não tiver diferença com outros casos parecidos, eu acredito que a gente consegue obter parecer favorável”, disse Fabrinny.
Arcanjo também obteve parecer favorável para que todos os seus bens fossem desbloqueados por decisão da Justiça Federal. O patrimônio dele ultrapassa os R$ 900 milhões.