Mais de 70 suspeitos são alvos da operação integrada “Agenda Nacional 1”, deflagrada nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (10.07), pelas forças de Segurança Pública, na região de Barra do Garças (509 km a Leste), para combater criminosos articulados para prática de atividades ilícitas ordenadas de dentro de celas de presídios e centros socioeducativos de Mato Grosso.
São 33 mandados de prisão contra membros de uma organização criminosa e 40 mandados de busca e apreensão, com objetivo de apreensão de armas de fogo, drogas, veículos, documentos e outras provas de crimes cometidos pelos suspeitos alvos da investigação. As ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara do Crime Organizado de Cuiabá.
A operação cumpre agenda do Ministério da Justiça e da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) do Governo do Estado de Mato Grosso. A ação é coordenada pela Polícia Civil de Barra do Garças, com auxílio importante da Polícia Federal e da Polícia Militar de Barra do Garças nos levantamentos.
Também estão presentes na operação a Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros Militar, Sistema Penitenciário, Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), e o Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOpaer).
As Polícias apuraram, que do interior dos muros de unidades prisionais das cidades mato-grossenses Barra do Garças, Água Boa, Nova Xavantina, Comodoro, Cuiabá, e Aragarças, em Goiás, criminosos faccionados estão por trás de crimes violentos como latrocínios e roubos, ocorridos na cidade de Barra do Garças e municípios circunvizinhos, e ainda agindo corriqueiramente em estelionatos, furtos e tráfico de drogas, tudo objetivando disseminar a violência e fortalecer diversas formas de arrecadação financeira ao grupo criminoso.
Dos criminosos alvos, 22 serão notificados das ordens judiciais dentro de unidades prisionais do Estado, de onde, mesmo reclusos, articulam e ordem crimes fora das cadeias.
O delegado da Polícia Civil de Barra do Garças, Nelder Pereira Martins, coordenador da operação e presidente dos autos do inquérito policial, informou que o fato dos presos integrarem organização criminosa já caracteriza delito autônomo ou independente com pena de reclusão de 3 a 8 anos.
“Nesse sentido, a Polícia Judiciária Civil de Barra do Garças representou pela expedição de 33 mandados de prisão preventiva e, a fim de coletar ainda mais provas representou também pela expedição de 40 mandados de busca e apreensão”, disse.
Conforme Nelder, a forma de agir da facção criminosa é semelhante em vários estados da federação, assim como em outras regiões de Mato Grosso, sempre objetivando aumentar o lucro financeiro da organização. "Nossas investigações vem combatendo a facção deste a operação 10º Mandamento, em 2018. Esse trabalho conjunto com todas as instituições reforça ainda mais essa repressão qualificada", afirma.
O delegado chefe da Polícia Federal de Barra do Garças, Rafael Valadares de Oliveira, destacou a atuação conjunta das forças de segurança pública, para combater a criminalidade organizada na região.
“A atuação em conjunto das forças de segurança pública, sem prejudicar suas respectivas atribuições constitucionais, é um dos meios mais eficazes de se combater o crime organizado. Atualmente, uma das diretrizes nacionais da Polícia Federal é a repressão às organizações criminosas. Na região de Barra de Garças/MT, outros trabalhos interinstitucionais têm sido feitos, mas, este, com certeza, é o mais importante e vem a coroar uma força tarefa que pode vir a render bons frutos”, ressaltou.
O comandante do 5º Comando Regional de Polícia Militar, tenente-coronel Antonio Gilvando de Souza, tamém destacou importância de operação e das ações integradas na repressão à criminalidade. "Além de reduzir os índices, um dos objetivos, fortalece os órgãos da Segurança Pública, eleva a confiança e sensação de segurança entre os cidadãos do Vale do Araguaia", disse.
O comandante lembra que essa não é primeira vez que o trabalho integrado acontece, a parceria entre as polícias Militar e Civil, por exemplo, faz parte das atividades operacionais na região.
Participam da operação mais de 200 policiais das instituições de segurança pública estadual e federal, com emprego de 55 viaturas, 1 helicóptero e cães farejadores.