O deputado federal Nelson Barbudo, que foi tachado de traidor do presidente da República Jair Bolsonaro por ter apoiado a permanência do Delegado Waldir (GO) como líder do PSL na Câmara dos Deputados na semana passada, não subscreveu a lista com 29 assinaturas que o destituiu para colocar Eduardo Bolsonaro (SP) no posto de liderança. O documento foi apresentado na manhã desta segunda (21).
Nos bastidores já circula a informação que postura de Barbudo de não favorecer o filho do presidente da República foi encarada pelo Palácio do Planalto como uma nova traição a Bolsonaro que terá reflexos na Superintendência do Incra em Mato Grosso. Isso porque o superintendente Ivanildo Teixeira, o Paulista, indicado pelo parlamentar, deve ser exonerado assim que o chefe do Executivo retornar da viagem pela Ásia e Oriente Médio.
Em vídeo postado nas redes sociais, Barbudo alega que foi colocado no meio da crise por colegas de bancada que brigam pelo controle do PSL nos seus estados. Garantiu ainda que está indo para Brasília para continuar "defendendo Bolsonaro" na tribuna e voltou a negar que tenha traído o presidente da República por não assinar a lista a favor do seu filho Eduardo.
Waldir abre mão da liderança
O documento foi protocolado pelo líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (GO) e contém 29 assinaturas, entre elas a dos cinco deputados que seriam suspensos pelo partido. O anúncio da suspensão foi feito na semana passada, mas estava esperando a confirmação pela presidência da Câmara para ser efetivado.
Nesta segunda, no entanto, o Delegado Waldir publicou um vídeo dizendo que a legenda desistiu da suspensão. "O meu partido PSL decidiu retirar a ação de suspensão de cinco parlamentares, e aceitamos democraticamente uma nova lista que foi feita por parlamentares ", afirmou no vídeo.
Na publicação, Waldir afirma também que está "a disposição do novo líder", mas critica a interferência do Executivo na decisão do cargo. "A Constituição prevê que o Executivo não deve interferir no parlamento em nenhuma ação", disse.